Transparência: confira quem financiou as campanhas de Osmar Terra e Marcelo Álvaro Antônio, futuros ministros de Jair Bolsonaro

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O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), anunciou na última quarta-feira (28), mais dois deputados federais como futuros ministros em sua governo, Osmar Terra (MDB-RS), ministro da Cidadania, e Marcelo Álvaro Antônio (PSL), ministro do Turismo. Saiba um pouco mais sobre as campanhas destes políticos nas últimas eleições! Todos os dados apurados são de acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Odebrecht, JBS e MDB: conheça os doadores das campanhas de Osmar Terra
Osmar Terra se elegeu deputado federal em 2006, pela primeira vez. Até o ano de 2014, sua campanha foi predominantemente financiada por empresas. Já em 2018, o MDB foi responsável por praticamente todas as receitas, sendo que arrecadou uma quantia de R$ 1.678.050, dos quais R$ 1,5 milhão veio do MDB. O valor de R$ 20.800 foi arrecadado com uma vaquinha virtual, e apenas duas pessoas físicas fizeram doações relevantes, Marco Aurélio Bottoli cedeu aeronave para campanha, com custo previsto de R$ 27 mil, e o empresário Sérgio Mário Gabardo, da TransGabardo, que doou R$ 25 mil.

A campanha de 2018 foi mais barata que a de 2014, que custou R$ 974.371,39  e foi majoritariamente bancada por empresas: JBS doou com R$ 200 mil, a Odebrecht contribuiu com R$ 190 mil, a Gerdau bancou R$ 142,5 mil e a Amil e o Bradesco financiaram com R$ 100 mil cada. Vale lembrar também que parte dessas empresas esteve envolvida em esquemas de corrupção denunciadas pela Lava Jato.

Entretanto, nas eleições de 2010, a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), foi a entidade que mais investiu na candidatura de Terra, com um valor de R$ 150 mil. As empresas Gerdau e o Itaú contribuíram R$ 50 mil cada. O político ainda recebeu R$ 100 mil do Comitê Financeiro de Campanha Presidencial do PSDB, e utilizou R$ 65.630 do próprio bolso. Portanto, o total arrecadado foi de R$ 674.609,20.

O deputado federal foi o seu maior doador na candidatura de 2006, investindo em si mesmo a quantia de R$ 115.997.70. A Gerdau doou outros R$ 100 mil, enquanto a Alibem Comercial de Alimentos e a Câmera Agro Alimentos doaram R$ 50 mil cada. A campanha arrecadou R$ 438.013,78. Por último, em 2002, sua campanha custou R$ 150.288. A AGCO doou R$ 50 mil e o Unibanco doou R$ 37 mil, e foram as maiores contribuintes.

As campanhas de 2014 e 2018 foram financiadas pelo próprio Marcelo Álvaro Antônio
O político Marcelo Álvaro Antônio participou de todas as eleições do país desde 2012, ano em que foi eleito pela primeira vez, para o cargo de vereador. Neste período ele era filiado ao Partido Republicano Progressista (PRP). Em 2014, se tornou deputado federal e, em 2016 mudou para o Partido da República (PR) e conquistou o décimo lugar nas eleições para prefeito de Belo Horizonte (MG).

Apenas filiado ao PSL, que Marcelo Álvaro Antônio se elegeu para a Câmara Federal. Inclusive, sua última candidatura foi para deputado federal e foi financiada predominantemente por ele e sua mãe, Vilma Penido Dias. Já em 2018, a arrecadação total foi de R$ 587.286, dos quais R$ 434.780 vieram dos dois. O PSL doou uma quantia de R$ 145.676 para a sua campanha.

Em 2016, em sua campanha para prefeito, seu partido que era filiado na época, o PR, foi responsável por quase todas as contribuições de campanha, que custou R$ 1.090.300, e o partido investiu R$ 1 milhão.

No ano de 2014, a dupla de mãe e filho doaram R$ 459.500, de um total de R$ 890.156,10, ou seja, praticamente metade, sendo que nessa eleição ainda eram permitidas contribuições de empresas. A Química Brasileira S/A investiu um valor de R$ 59.300, e a Localix Serviços Ambientais e a Ribeiro Gomes Engenharia contribuíram com R$ 50 mil cada. Apesar de Marcelo nunca ter sido filiado ao partido, o PSDB também doou R$ 50 mil.