Australianos criam tecnologia capaz de identificar câncer em 10 minutos

16

Cientistas na Austrália elaboraram um teste de 10 minutos capaz de detectar a presença de células cancerígenas no organismo humano, segundo informações divulgadas nesta sexta-feira (7) em um artigo na revista ‘Nature Communications’. O co-pesquisador, Abu Sina argumenta que o teste é uma significativa descoberta e que pode ser um fator importante no tratamento do câncer.

Um dos autores do estudo, Matt Trau disse em comunicado que “descobrir que moléculas de DNA cancerosas formaram nanoestruturas 3D totalmente diferentes do DNA circulante normal foi um avanço que permitiu uma abordagem totalmente nova para detectar câncer de forma não invasiva em qualquer tipo de tecido, incluindo sangue”. Ele explica que isso leva a criação de dispositivos baratos e portáteis que podem ser usados como instrumento de diagnóstico, inclusive, há possibilidade até de usar o celular para isso.

A tecnologia foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Queensland. Eles descobriram que o câncer forma uma estrutura específica de DNA quando colocado na água. Portanto, o teste funciona justamente identificando a presença desta estrutura, ou seja, a descoberta consegue detectar a doença muito mais rápido que as ferramentas atuais.

Entenda como funciona o teste de 10 minutos 

O teste detecta se há alteração no padrão de DNA das células, assim que são colocadas em uma solução com a água. A justificativa é que o câncer altera esta estrutura das células saudáveis, principalmente na distribuição de moléculas (conhecidas como grupos metil).

O artigo explica que através de um microscópio de alta resolução, é possível ver fragmentos de DNA cancerosos se dobrando em estruturas tridimensionais na água. Sendo assim, eles eram diferentes do DNA de tecido normal na água.

O teste ainda precisa ser testado em seres humanos, mesmo que os sinais sejam positivos, os grandes ensaios clínicos são necessários antes de se usar em pacientes. No momento, foram testados mais de 200 amostras de tecido e sangue, em que detectaram as células cancerígenas com 90% de precisão.

A próxima etapa para os australianos é desenvolver estudos clínicos sobre como descobrir o câncer precoce e se este teste pode ser utilizado para avaliar o tratamento. Além disso, eles estão investindo em pesquisar sobre a possibilidade de usar diferentes fluídos corporais e assim detectar diversos tipos de câncer, tanto o começo, como os estágios mais graves.