Na última quarta-feira (4), a notícia sobre o repasse milionário para o ex-motorista do deputado estadual do Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, filho do futuro presidente, Jair Bolsonaro, viralizou nas redes sociais e tomou conta de todos os noticiários desde então.
A informação aparece em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e o motivo são as movimentações financeiras de mais de R$ 1,2 milhão e são consideradas suspeitas.
O relatório do Coaf mostra as movimentações financeiras de servidores e também ex-servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, além das pessoas relacionadas a eles, pois considera os dados incompatíveis com a capacidade econômica dos citados. Com isso, o Conselho detectou depósitos e saques inferiores a R$ 10 mil, que seriam para dificultar a identificação da origem do dinheiro.
Esta investigação faz parte da operação Furna da Onça, um desdobramento da Lava Jato, na cidade carioca, que já prendeu dez deputados estaduais. O documento coloca o Fabrício José Carlos de Queiroz como servidor público cadastrado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), com uma renda de R$ 23 mil por mês. Sem contar que há provas que o indivíduo seria o motorista do deputado Flávio Bolsonaro.
O Conselho considerou suspeito a movimentação de no total R$ 1.236.838 entre 1º de janeiro de 2016 e 31 de janeiro de 2017. Outra parte do relatório do Coaf abrange saques em espécie de R$ 324.774 no total, e um valor de R$ 41.930 em cheques compensados. Naquele período, uma das favorecidas foi a ex-secretária parlamentar, Michele de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro, atual esposa do Bolsonaro, no valor de R$ 24 mil.
O relatório revela que sete assessores, que trabalharam no gabinete de Flávio Bolsonaro, fizeram transferências financeiras para uma conta de Fabrício de Queiroz. Entre os nomes citados estão: a filha e mulher de Fabrício, Nathalia Melo de Queiroz e Márcia Oliveira Aguiar, Agostinho Moraes da Silva, Jorge Luís de Souza, Luíza Souza Paes, Raimunda Veras Magalhães e Wellington Servulo Rômulo da Silva.
“Ele vai dar explicações”, afirma Jair Bolsonaro sobre a polêmica
Neste domingo (9), O presidente eleito, Jair Bolsonaro disse que Fabrício José de Carlos Queiroz, o ex-assessor de seu filho Flávio Bolsonaro, irá explicar as movimentações bancárias que a Coaf considerou suspeitas. Ele conversou com a imprensa na porta de casa, depois de ir ao banco e passear na Barra da Tijuca para tomar uma água de coco.
“Ele (Queiroz) vai dar as explicações”, afirmou Bolsonaro quando foi questionado sobre a atual polêmica.
“Ninguém recebe ou dá dinheiro sujo com cheque nominal”, defende Bolsonaro em entrevista
Em entrevista no último sábado (8), o futuro presidente do brasil, Jair Bolsonaro, negou as irregularidades nos depósitos realizados na conta de sua mulher, Michele. Ele aproveitou a ocasião para defender também que não há nada de errado com os repasses para o ex-motorista do filho Flávio, o servidor Fabrício.
De acordo com Bolsonaro, “ninguém recebe ou dá dinheiro sujo com cheque nominal”. O presidente eleito afirmou que os depósitos se referem ao pagamento de uma dívida de Queiroz com o próprio Bolsonaro, no valor de R$ 40 mil.
Em relação ao dinheiro depositado na conta da esposa, ele afirma ser por ‘questão de mobilidade’ e justifica que pela rotina intensa de trabalho, não consegue ir ao banco.
