Há menos de uma semana, viralizou em todas as redes sociais e posteriormente nos veículos de comunicação, a notícia de que a personagem Momo aparece em vídeos no YouTube Kids e ensina crianças a se suicidarem. Muitos internautas comentaram que seus filhos (ou eles mesmo) tiveram acesso aos vídeos assustadores, que teriam aparecido no meio de conteúdos inocentes da plataforma.
A informação é #Fake, virou uma grande preocupação dos pais e se tornou um pânico nacional, com isso, o YouTube tomou a iniciativa de desmentir as notícias e explicar que não há nenhum ‘Desafio da Momo’ promovido na plataforma. Cauã Taborda, gerente de comunicação do aplicativo na América Latina, conversou com a Revista Crescer e garantiu que os filtros que se aplicam ao YouTube Kids jamais deixariam passar um conteúdo desse tipo, mesmo que pudesse entrar de maneira aleatória no vídeo: “Além da análise automática, que existe também no YouTube convencional, no YouTube Kids, contamos com a curadoria humana feita por mais de 10 mil pessoas. Elas, basicamente, pegam o conteúdo que está disponível no YouTube e filtram os conteúdos infantis, certificando-se que, de fato, são adequados para esse público. Só então aquele conteúdo fica disponível para o Kids”.
Veja o pronunciamento oficial da plataforma através do Twitter:
Sobre o desafio Momo: não encontramos nenhum vídeo que promova um desafio Momo no #YouTubeKids. Qualquer conteúdo que promova atos nocivos ou perigos é proibido no YouTube. Se encontrar algo parecido, denuncie.
— YouTube Brasil (@YouTubeBrasil) 15 de março de 2019
Taborda aproveita a ocasião para afirmar que o conteúdo do YouTube Kids não é passível de ser burlado. “Para que um hacker ou qualquer pessoa mal intencionada possa fazer uma alteração grave dessas nos vídeos já existentes, seria necessário que ela retirasse o vídeo do ar e fizesse novamente o upload no aplicativo. Mas ainda assim ele seria barrado”, enfatiza.
O assunto tomou conta de todos os tipos de noticiários, desde os informativos jornalísticos até os programas de entretenimento. Confira um exemplo:
Visualizar esta foto no Instagram.
Depois de toda a repercussão, o empresário e Youtuber, Felipe Neto, se pronunciou sobre o caso para tranquilizar o pais e esclarecer onde a boneca está realmente aparecendo. O vídeo conquistou mais de 3 milhões de views e fala exclusivamente sobre a mentira por trás da viralização da Momo, através do quadro ‘Detetive de Mistérios’. “Medo de pai e mãe é um medo que sobrepõe a razão”, explica e enfatiza que é tudo #Fake.
Felipe Neto ainda afirma que o YouTube Kids é muito seguro para que crianças tenham acesso a conteúdo apropriado, justamente porque são monitorados. Não quer dizer que o vídeo que a boneca aparece não exista, apenas significa que este vídeo não existe dentro da plataforma do YouTube. O influenciador digital conclui seu pronunciamento falando sobre o perigo do WhatsApp e Facebook, confira um trecho:
Visualizar esta foto no Instagram.
Um conselho importante é que caso se seu filho veja um conteúdo desse tipo, peça que ele pause o vídeo e procure um responsável, então, tire um print (foto da tela) e denuncie imediatamente o conteúdo. Vale lembrar a ferramenta é feita para as crianças e mesmo assim a supervisão dos pais é indispensável. E se você receber o vídeo não compartilhe em outras redes sociais, pois quanto mais você espalhar, maiores são as chances de uma criança ver o vídeo.
Mas afinal, o que é a Momo?
A Momo é uma escultura japonesa, de uma mulher-pássaro, que foi exposta em 2016 numa galeria de arte em Ginza/Tóquio. A boneca é a figura de uma jovem mulher com longos cabelos negros, grandes olhos, um largo sorriso e pernas de pássaro.
A galeria foi exposta em um lugar chamado de ‘Vanilla Gallery’, conhecido por fazer exposições de arte alternativas. Em 2016, houve o evento sobre fantasmas e espectros, na qual esta escultura mulher-pássaro se destacou e logo foi amplamente divulgado na Internet.
Com tanta repercussão negativa envolvendo a escultura (pois não é a primeira vez que usam a Momo como protagonista de momentos assustadores), o criador japonês Keisuke Aiso, destruiu a peça e diz entender a preocupação dos pais quando toda a polêmica que se instaurou na Internet.