Que faça o primeiro julgamento quem nunca perdeu o sono e ficou vendo publicações no Instagram. O problema é que nem sempre a gente se preenche de conteúdo positivo, ou seja, as vezes passamos horas vendo um corpo perfeito que não temos, uma viagem maravilhosa que não podemos pagar ou eventos que são a nossa cara, mas não fomos convidados.
Não é atoa que uma pesquisa em 2017, realizada pela Sociedade Real para Saúde Pública (RSPH, na sigla em inglês) na Grã-Bretanha, apontou o Instagram como a rede social mais nociva para a saúde mental. Cerca de 1.479 pessoas com idades entre 14 e 24 anos avaliaram vários aplicativos quanto a seu impacto na saúde e no bem-estar do usuário.
Então, se você é o tipo de pessoa que gosta de uma dose diária de intensidade para te fazer transbordar e ainda quer levantar a sua autoestima, encontramos o conteúdo perfeito: Poemas!
O ‘Assinado, Eu’ é um perfil no Instagram que publica os mais diversos poemas sobre sentimentos, seja sobre amor, amizade ou momentos difíceis. A autora por trás das palavras é Giovana Leuch Paganini e aposta seu talento em traduzir sensações únicas. Com 25 anos, ela carrega experiências de vários lugares do mundo, como Portugal e Estados Unidos, sem perder a essência da intensidade brasileira.
Além disso, atualmente cursa Arquitetura e Urbanismo, sendo sua segunda graduação, após se formar em Jornalismo. Giovana explica que a paixão para escrever existe deste pequena, quando criava contos, principalmente. “Quando entrei em jornalismo, foi um baque. Fiquei um bom tempo sem escrever, e quando voltei (após sair da faculdade) minha linguagem tinha mudado”, conta.
A escritora revela que em vez de longos contos, conseguia escrever no máximo crônicas de meia página: “Isso era frustrante pois eu ligava qualidade com quantidade”. Em meados de 2015, ela encontrou inspiração em poemas publicados nas redes sociais, pois percebeu que os poemas mais curtos faziam mais sentido e a marcaram mais do que páginas e páginas.
“Aí eu comecei a arranhar os primeiros escritos. Alguns em paredes de bar. Não considerei eles poemas por muito tempo. Por achá-los pequenos demais, ou íntimos demais. Só quando li ‘outros jeitos de usar a boca’ da Rupi kaur em 2018, que eu percebi que eles poderiam ser poesia”, justifica. Giovana também é conhecida pelo humor e não deixou de brincar: “Ainda não sei bem o que eles são, mas são alguma coisa!”.
Confira um de seus poemas publicados:
De acordo com a autora, a inspiração surge como um sentimento, algo que viu, reação a alguma música, situação ou pessoa. “Antes eu via mais como um desabafo explosivo, hoje penso neles mais como uma processo terapêutico. Eu escrevo pra entender o que eu sinto. E as vezes (normalmente) eu sinto muito”, revela. Giovana explica que as vezes sentimentos são difíceis e emaranhados, sendo assim, colocá-los no papel é uma forma de ‘verbalizar’ e lidar melhor com esse oceano.
O nome do perfil do Instagram tem um significado por trás. Já que a poeta classifica como um desabafo, logo veio o formado de bilhete ou carta assinada: “Isso começou com os bilhetes que eu deixava para minha família. Por uma uma letra bem característica (minha mãe considera ‘feia’), todo mundo sabia que era eu quem escrevia os bilhetes. Logo, não tinha necessidade de assinar com meu nome, dai o ‘assinado eu’.
E para quem acha que é muito fácil escrever e publicar, te avisamos que não é tão simples assim, tanto que é normal muitas pessoas não revelaram ao mundo o seu maior talento. Giovana fala que sempre foi algo pessoal e íntimo, mas não privado, aliás, publicava em suas redes sociais pessoais. Entretanto, chegou um momento em que não sabia mais quantos poemas tinha escrito, quando e nem se lembrava deles.
“Normalmente eu escrevo num bloco de notas ou em um sketchbook, mas às vezes escrevo em post it’s, guardanapos e no que estiver a mão. Então para organizar o que eu tinha de escrito resolvi fazer o Instagram”, explana. Giovana complementa que vários amigos seguem o perfil, ajudam a divulgar e assim cresce cada vez mais: “O que me deixa muito feliz, adoro ver as pessoas compartilhando ou fotografando os poemas por aí. É legal ver que as pessoas se identificam, que o sentimento é universal”.
E não iria demorar muito para a infinidade da web ficar pequena para tantos sentimentos. Por isso, a ideia de publicar um livro está bem atraente para a autora, que já começou a organizar os trâmites e principalmente editores que topem o projeto: “As expectativas me deixam nervosa, mas também me estimulam a escrever sempre e escrever mais! Estou entrando numa nova fase, e sei que isso irá refletir nas coisas que escrevo. Não sei o que vem por aí, mas meu instinto diz que vem coisa boa!”
Não perca tempo, melhore seu dia e se delicie com as palavras desta poeta!