Um estudo recente conduzido pela Universidade Técnica de Aachen, na Alemanha, revelou como o YouTube pode ser uma das redes que mais dissemina ideias que negam a ciência e que tem contribuído para a viralização das fake news.
O professor Joachim Allgaier, idealizador do estudo, descobriu que, ao procurar no YouTube o tema aquecimento global, a maior parte dos conteúdos não explica o que é esse fenômeno, e nega a existência dele.
Para chegar a esse resultado, o pesquisador utilizou o navegador TOR para acessar o YouTube (garantindo assim que os seus cookies e histórico de navegação não influenciassem nos resultados buscados ao se pesquisar por um assunto no YouTube) e fez uma pesquisa pelo tema “aquecimento global”, analisando o conteúdo de 200 vídeos escolhidos de maneira aleatória, que foram sugeridos a ele pela ferramenta de busca do próprio site.
Após a análise, Allgaier chegou à conclusão de que 107 desses vídeos (53,5% do total) eram conteúdos que negavam a existência do aquecimento global, opondo-se ao consenso científico que existe sobre o assunto, muitos deles afirmando que tudo não passa de uma “conspiração esquerdista” para o domínio do mundo.
O ponto mais preocupante para Allgaier é que esses vídeos não apenas negam o consenso científico, mas também são os conteúdos sobre aquecimento global com maior quantidade de visualizações – o que faz com que eles sejam os primeiros a serem sugeridos para as pessoas que entram no YouTube para procurar sobre o tema.