Twitter e Facebook dizem que a China usou contas falsas para atingir os protestos de Hong Kong

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O Twitter Inc. encontrou e deletou centenas de contas que a China usou para minar o movimento de protesto em Hong Kong que pede por mudanças políticas.

Nesta terça-feira (20) a empresa enviou um comunicado à imprensa afirmando que  derrubou 936 contas originadas na China que tentaram manipular as perspectivas do movimento pró-democracia em Hong Kong. O Facebook Inc., seguindo a mesma premissa do Twitter, disse que também encontrou uma operação similar apoiada pelo governo chinês em sua rede social, com cinco contas falsas, sete páginas e três grupos.

“Com base em nossas investigações intensivas, temos evidências confiáveis para sustentar que esta é uma operação coordenada pelo Estado”, disse o Twitter nesta terça-feira (20) em um post no blog. “No geral, essas contas estavam deliberada e especificamente tentando semear a discórdia política em Hong Kong, inclusive minando a legitimidade e as posições políticas do movimento de protesto no local.”

O Facebook chegou à mesma conclusão – “Embora as pessoas por trás dessa atividade tentassem esconder suas identidades, nossa investigação encontrou links para indivíduos associados ao governo chinês”, disse a empresa em um post oficial na rede social.

As redes sociais começaram a remover campanhas de propaganda do governo depois de descobrir a rede de contas, grupos e anúncios da Rússia que tentavam semear discórdia em torno da eleição presidencial dos EUA em 2016. O impacto da China pode ser maior do que o da Rússia, de acordo com Brett Bruen, presidente da Global Situation Room Inc., que trabalhou na Casa Branca de Obama no combate à desinformação e outros projetos. O governo chinês tem construído influência em territórios externos, digitalmente ou não, por muitos anos, embora raramente tenha usado seu poder sobre outras regiões, disse ele.

“É como a Estrela da Morte de Star Wars”, disse Bruen. “A capacidade está lá, mas nunca foi totalmente implementada. Se eles optarem por operacionalizar as capacidades que vêm construindo de forma mais agressiva, isso pode representar uma enorme mudança na política mundial. ”