Diversas situações ao longo da vida nos exigem um jogo de cintura para buscar soluções. Ter uma conversa difícil, daquelas que não pode ser adiada e que tira o sono, é uma delas. E infelizmente, não existe uma receita pronta para essas experiências. Não há maneira exata de estabelecer um diálogo necessário, porém delicado, com a certeza de que não vai rolar aquele ‘climão’.
Porém, investir em um bate-papo respeitoso, empático e afetuoso, com certeza, é o caminho mais sensato para enfrentar o momento. Afinal, situações inacabadas ou mal resolvidas podem provocar estresse e até paralisar o indivíduo em diversas áreas de sua vida. Portanto, adiar um bate-papo por considera-lo difícil não é uma boa saída. Tem que resolver sim, mas se preparar para manter um diálogo não-violento.
Como enfrentar os temas tabus?
Assuntos relacionados a dificuldades financeiras, assédio, sexualidade, traição, ciúmes e violência são alguns dos temas que exigem muito cuidado a serem abordados. Portanto, antes de iniciar a conversa, é importante avaliar se o que tem a ser dito irá contribuir para o outro de alguma forma. Faça um autoquestionamento: qual meu propósito com esse papo? O que eu espero com isso? O que penso poder provocar no outro com minha abordagem?
Se decidir que a conversa precisa sim, ser levada adiante, analise se a ocasião para a abordagem é realmente apropriada. “É sempre essencial examinar os próprios sentimentos e, se forem negativos como raiva, frustração ou irritação, melhor desistir ou adiar”, sugere a psicóloga e psicanalista Rose Paim, pós-doutora em Psicanálise e Educação e professora na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
A abordagem deve ser amistosa
Para que a conversa flua, embora difícil, seja conduzida com o mínimo respeito, é fundamental definir bem o local para esse encontro. O lugar deve ser confortável para ambos, sem interferências ou qualquer tipo de risco para os interlocutores. “Muitos conflitos se acentuam por ruídos na comunicação, ou seja, uma palavra imprópria, dita num momento inoportuno, causa danos e pode comprometer o relacionamento”, reforça Paim.
Por isso, o papo deve ser descritivo e não julgador. O objetivo deve ser o de levar os envolvidos a terem uma comunicação mais compassiva, exercitando a empatia, o não-julgamento, a compaixão e a cooperação para que as trocas sejam mais assertivas e efetivas. “Não culpabilizar, ouvir sem preconceito e deixar o outro expor seus medos e suas verdades é um caminho saudável para evitar discussões e ressentimentos”, considera o psicólogo Guilherme Guimarães, coordenador do grupo reflexivo do Proad (Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes) da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
E, ainda assim, isso não é uma garantia. Guimarães explica que, o que está no nosso controle é ser empático, o que mostra o desejo de buscar uma alternativa que não deixe ressentimentos.
Confira na galeria de fotos acima 15 importantes dicas para iniciar uma conversa difícil sem provocar ressentimentos.