Nesta terça-feira (8), o compartilhamento de notícias falsas na rede social do Facebook oferecendo vagas de emprego alcançaram quase 90 mil de compartilhamentos. Isso porque, essas publicações tem chamado a atenção de cada vez mais usuários na rede social.
As postagens anunciam empregos em companhias como Coca-Cola, Casas Bahia e Havan e são sempre semelhantes: mesmos salários e condições de trabalho, ofertas válidas até um determinado dia do mês, nenhuma menção à cidade onde é ofertada a vaga e promessa de que basta responder ao anúncio com um “ok” ou “sim” para que se consiga o emprego. É a partir desta resposta que tem início uma conversa automatizada no Facebook Messenger na qual a página que postou a publicação orienta o usuário a seguir procedimentos suspeitos, como clicar em links e fazer cadastros com seus dados de acesso à rede social.
Além de ofertas de emprego, algumas publicações seguem o mesmo rito oferecendo doações, por exemplo, de brinquedos. Em um país com 12,6 milhões de desempregados, elas parecem atraentes: carteira assinada, salário de até R$ 2.000 com benefícios e sem necessidade de experiência. Tais ofertas, no entanto, são falsas e servem como chamariz para um esquema de roubo de dados de perfis que se mostram interessados.
Como funciona a coleta de dados através de notícias falsas?
Diante da suspeita de golpe, o Pipeify seguiu todos os procedimentos indicados por 13 páginas que anunciaram vagas de emprego falsas nos últimos dois meses e observou que o processo é praticamente o mesmo. Após digitar “ok” em uma publicação postada pela página Oportunidade de Emprego, com uma vaga de auxiliar de creche que já acumula 3.400 compartilhamentos no Facebook, a conversa foi iniciada por mensagem privada que perguntava qual era a cidade do usuário.
Independentemente da cidade citada, sempre há vagas disponíveis. A resposta automática enviada pela página anuncia então que seu posto de trabalho está sendo processado, e que para confirmar a realização da entrevista é necessário clicar em um link externo ao Facebook.
O usuário é levado assim a uma página que oferece sempre uma ou duas opções: enviar currículo e se cadastrar. Em qualquer um dos casos, ele é redirecionado a um site sobre vagas de emprego.
Algum tempo depois de clicar no primeiro link, a página envia uma segunda mensagem, na qual dá mais instruções: o usuário deve clicar no link que vai ao pé do texto e logar com o seu e-mail e conta do Facebook; depois, deve copiar o código que aparece em sua tela e colar em uma caixa logo abaixo; por fim, precisa aguardar que a equipe entre em contato com ele. O processo continua posteriormente com diversas etapas onde o usuário deve fornecer seus dados para poder prosseguir na oferta “falsa” de emprego.