As circunstâncias exatas do vazamento de petróleo na costa brasileira ainda não estão claras, mas a gravidade desse incidente para o meio ambiente e para a economia das cidades afetadas é evidente.
E com a grande repercussão da notícia sobre o vazamanto de petróleo nas praias do Nordeste, aumentaram também as notícias falsas a seu respeito. Nesta quinta-feira (10), circula nas redes sociais um vídeo com a falsa atribuição de seu conteúdo e imagens serem pertencentes ao vazamento de petróleo no Nordeste. Porém, após checagem do Pipeify, constatamos que o vídeo na verdade é de de abril deste ano. Nas imagens, o vídeo mostra um navio despejando sedimentos no mar próximo à praia de Matosinho, em Portugal. O procedimento que aparece nas imagens era parte do processo de dragagem do porto de Leixões e o material descartado era areia, não óleo.
As imagens também circulam no Facebook, onde acumulam cerca de 800 compartilhamentos até a manhã desta quinta-feira (10). Todas as postagens foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de monitoramento da rede social.
Na publicação no Instagram que divulgou primeiro o vídeo, é possível verificar uma série de comentários recentes feitos por usuários brasileiros que questionam se o sedimento despejado na água é realmente petróleo. O vídeo foi postado por um perfil chamado Diz Não Ao Paredão, que protesta contra a realização de uma obra de extensão do quebra-mar da praia de Matosinho que pode causar impactos ambientais, sociais e econômicos na região.
A dragagem é um procedimento de limpeza, desobstrução e escavação de sedimentos realizado no fundo de rios, lagoas, baías e oceanos. O processo que aparece nas imagens é uma dragagem de manutenção da área próxima ao porto de Leixões. O objetivo é garantir a profundidade necessária para a navegação da porção de água da região, que vai sendo progressivamente reduzida devido ao assoreamento.
Vazamento de óleo no Nordeste
A Marinha e órgãos estaduais e federais estão atuando em conjunto para tentar identificar a origem do vazamento. Participam da operação 1,5 mil militares, cinco navios, uma aeronave e diversas embarcações e viaturas de delegacias e capitanias dos portos.
Três hipóteses são consideradas: naufrágio de embarcação, despejo criminoso ou acidente na passagem de óleo de um navio para outro. Ainda há muitas perguntas sem resposta.