Nesta semana, circula através das redes sociais um áudio em que uma mulher que diz ser casada com um biólogo da Fiocruz disserta sobre a qualidade da água no Rio de Janeiro e ainda dá uma série de orientações.
Ela afirma que a Fiocruz tem escondido informações da população e depois fala de perigos na água como “uma composição mais forte que um vírus colocada para matá-lo e que pode causar parada cardíaca em crianças”.
A informação é falsa. Através de uma nota, a Fiocruz diz que até o momento não realizou nenhuma análise de amostra da água. Inclusive, a mensagem tem características bem típicas de mensagens falsas, as pessoas que falam no áudio não se apresentam de forma que possam ser identificadas, além de que o conteúdo é alarmista e marcado por erros de concordância.
Por isso, a presidência da Fiocruz reforça que nenhum funcionário corrobora o que foi dito no áudio e que ele não procede. Por exemplo, a mensagem fala que “a água de filtro não funciona e que o vírus passa”.
Um outro trecho diz: “Tem que ferver a água. Vai escovar o dente? Escova com a água fervida. Tomar banho, põe algodão nos ouvidos”.
Confira o texto do áudio:
“(…) Meu marido é biólogo da Fiocruz. A Fiocruz foi proibida de falar o risco que tá acontecendo na água do Rio de Janeiro, os noticiários estão anunciando 30% do risco. É muito mais grave do que a gente pode imaginar, tá bom? Água de filtro não funciona. O vírus passa. Tem que ferver a água. Vai escovar os dentes, escova com água fervida. Tomar banho, põe algodão nos ouvidos e que seja um banho rápido. Não beba água da torneira. A água está com vírus muito forte e eles estão colocando uma composição que é mais forte que o vírus pra matar o vírus e pode dar uma parada cardíaca em qualquer criança ou pessoas que têm arritmia (…)”
A nota citada foi publicada nesta quarta-feira (15) pela Fiocruz, na qual explicou que esteve na Estação de Tratamento de Água do Guandu e observou que o local sofre com “vulnerabilidade decorrente da elevada poluição” do rio Guandu, que por sua vez, abastece a cidade.
“Uma das possíveis consequências dessa degradação ambiental é a proliferação de algas, responsáveis pela produção de diversas substâncias, como a geosmina, que pode atribuir cheiro e sabor à água”, explica a fundação.
Além do mais, a Cedae também não falou sobre qualquer registro de que haja um vírus na água. Atualmente, a companhia confirmou também a presença de geosmina na água distribuída. Depois disso, prometeu que o problema será resolvido até a próxima semana.
Sintetizando, até o momento, não há registro de que este seja o problema na água distribuída pela Cedae na cidade do Rio de Janeiro. O contexto é que desde o início do mês, moradores do Rio relatam que a água apresenta turbidez, odor diferente e gosto de terra.
Conteúdo de fact-checking do Pipeify.