É falso que coronavírus infectou 2,8 milhões e matou 112 mil na China

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Circula pelas redes sociais a informação de que as autoridades chinesas têm escondido dados sobre o total de infectados pelo novo coronavírus (2019-nCoV). O vírus surgiu na cidade de Wuhan, em dezembro. Segundo o post, o país asiático mantém 30 milhões de pessoas em quarentena. Haveria também 2,8 milhões de infectados e 112 mil mortos. A fonte dos números seria o programa de rádio de Hal Turner, um radialista e blogueiro norte-americano que diz ter trabalhado por 15 anos no FBI.

A informação é falsa e foi desmentida no dia 24 de janeiro de 2020 pela plataforma Lead Stories, dos Estados Unidos. O site integra a coalizão formada para verificar notícias e frases sobre o novo coronavírus criada pela International Fact-Checking Network (IFCN).

De acordo com o Lead Stories, o post sobre a suposta explosão no número de infectados e mortos na China teve origem em um texto publicado no site do programa de rádio de Hal Turner, que citava esses números. Nenhuma fonte oficial, no entanto, confirmou os dados. Até esta segunda-feira (27), o total de mortos havia chegado a 81 pessoas e o número de infectados somou 2.840 casos confirmados, segundo o jornal estatal Global Times. A Organização Mundial de Saúde (OMS) mudou a classificação de risco do 2019-nCoV para elevado nesta segunda-feira (27).

O texto do post diz que a fonte dos números citados no site do Hal Turner Radio Show seriam pessoas da comunidade de inteligência dos Estados Unidos que ficaram amigas do âncora nos 15 anos em que ele trabalhou no FBI. Só que Turner nunca foi funcionário do órgão e atuou apenas como informante, pago para falar sobre grupos supremacistas brancos. O ex-agente especial supervisor do FBI Steve Moore disse ao Lead Stories que informantes, pagos ou não, jamais podiam se apresentar como funcionários ou representantes do órgão.

Conteúdo de fact-checking do Pipeify.