Em todo 2019, Câmara dos Deputados aprovou sete propostas com foco na mulher

14

Em 2019, das 122 propostas aprovadas pelos deputados federais da atual legislatura, somente sete foram focadas em pautas relacionadas às mulheres e suas lutas, sendo que  maioria delas trata de violência contra a mulher.

O que mais ganhou destaque, entre os projetos aprovados,  foi a Lei 13.931/2019, originário do Projeto de Lei (PL) 2.538/2019, de autoria da deputada Renata Abreu (Podemos-SP). Por  sua vez, esta lei estabelece que profissionais de saúde que atendam vítimas de violência comuniquem a agressão às autoridades policiais.

A deputada justificou que a intenção do projeto era dar “melhor eficácia” a Lei Maria da Penha, facilitando assim, a punição de agressores. Porém, a proposta recebeu críticas de profissionais em violência contra a mulher e saúde pública.

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) divulgou uma nota repudiando a lei que vai entrar em vigor: “A lei objetiva a proteção da mulher, contudo a falta de regulamentação (que determine como ela será aplicada) pode colocar essa vítimas em situação ainda mais vulnerável, visto que ela não terá assegurado o sigilo médico de seu atendimento.”

Entretanto, o projeto foi aprovado pela Câmara. No  começo, o presidente Jair Bolsonaro vetou o projeto na íntegra. Segundo ele, foram consultados os ministérios da Saúde e da Mulher, Família e Direitos Humanos. Mesmo assim, o veto foi rejeitado pelo Congresso, e a proposta se tornou lei.

Os outros quatro projetos alteraram dispositivos na Lei Maria da Penha:

  1. O PL 510/2019, que se tornou a Lei 13.894/2019, acaba por permitir que a vítima de violência doméstica peça ao juiz a decretação imediata do divórcio ou até do rompimento da união estável. A justificativa argumenta que a lei vigente afasta o agressor da vítima, porém, que a proposta sugere uma medida para tornar mais fácil e prático o encerramento de qualquer vínculo da mulher e da família com o agressor.
  2. O PL 1619/2019, idealizado pela deputada Geovania de Sá (PSDB-SC), estabelece que mulheres em situação de violência doméstica e familiar terão prioridade na hora de matricular seus filhos em centros de educação infantil.
  3. O PL 17/2019, desta vez de autoria de Alessandro Molon (PSB-RJ), coloca que o juiz do caso ordene a apreensão de arma de fogo eventualmente registrada em nome do agressor. A justificativa era que a arma de fogo foi o meio mais usado nos homicídios de mulheres, segundo Mapa da Violência de 2015.
  4. O PL 1380/2019 determina uma indenização a título de dano moral para uma mulher que tenha sofrido com violência doméstica. De autoria do deputado federal Júnior Bozzella (PSL-SP), a proposta foi aprovada na Câmara, mas ainda tramita no Senado.

Enquanto isso, o PL 8702/2017 altera, por sua vez, a CLT e estabelece que a contagem da licença-maternidade será suspensa em caso de internação da criança recém-nascida, isso por um período superior a três dias, sendo retomada após a alta hospitalar.

A sétima proposta foi da deputada Tia Eron (PRB/BA) focado para mulheres marisqueiras. O PL 1710/2015 foi decretado com veto parcial, se tornando na Lei 13.902/2019.