Circula nas redes sociais a foto de um restaurante popular da rede Bom Prato com uma fila quilométrica na porta. A legenda é “Exemplo: Doria fechou os restaurantes para evitar aglomerações e ampliou o atendimento do Bom Prato, um restaurante estatal. Resultado?”.
Porém, a informação é falsa. A unidade do Bom Prato em questão fica em São Bernardo do Campo. Segundo o governo do estado, a foto é do dia 15 de janeiro de 2019. Foi a data de inauguração da unidade, que atende a população carente, oferecendo almoço e jantar a R$ 1 e café da manhã a R$ 0,50.
Neste momento, o restaurante segue aberto, mas a fila não está como a vista na foto, com um cliente grudado no outro. E um detalhe importante: as refeições têm sido servidas em embalagens descartáveis, já que não é possível se alimentar na própria unidade.
Além disso, o governo diz que as 59 unidades do Bom Prato no estado estão com marcação no solo para que os usuários respeitem a distância mínima de 1,5 metro entre si. Assim, evita-se o contágio pelo coronavírus, caso haja pessoas infectadas. “Os funcionários recomendam diariamente a utilização de álcool em gel ou solução alcoólica antibacteriana disponível no local”, diz o governo, em nota oficial enviada à CBN.
Por conta da situação de emergência de saúde decorrida da disseminação do coronavírus, que já infectou quase 5 mil pessoas em São Paulo, a Secretaria de Desenvolvimento Social, que coordena o Bom Prato, ampliou, de fato, o atendimento dos restaurantes. Isso para garantir a alimentação de pessoas em situação de vulnerabilidade social, em especial as que se encontram em situação de rua. É um público que está ainda mais fragilizado em tempos de coronavírus.
Os horários foram estendidos para que todos os que procuram os restaurantes da rede estatal possam se alimentar. Segundo as informações oficiais, estão sendo servidas 1,2 milhão de refeições a mais em todo o estado: café da manhã, almoço e jantar, inclusive nos finais de semana. Inaugurado em 2000, o Bom Prato serve mais de 90 mil refeições por dia, na capital, na Grande São Paulo, no interior e no litoral.
Nesta segunda (6), o governador João Doria ampliou a quarentena no estado até o dia 22, e anunciou o uso de força policial para reforçar a determinação do isolamento social. Restaurantes, além de bares, hotéis, salões de cabeleireiro e outros tipos de comércio, seguem proibidos de funcionar. No caso dos restaurantes, só é permitido o serviço de entrega.
Conteúdo de fact-checking do Pipeify.