É falso que agência norte-americana liberou hidroxicloroquina para todos os pacientes com Covid-19

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Circula pelas redes sociais um texto afirmando que a agência americana FDA (Food and Drug Administration, órgão federal norte-americano que regula a liberação de remédios) autorizou o uso do medicamento experimental, hidroxicloroquina, em todos os pacientes infectados pelo coronavírus.

“A Jornalista Elisa Robson escreveu:
O FDA, a agência americana de regulamentação de remédios, aprovou o uso de hidroxicloroquina em todos os pacientes com o Covid-19. O CEO da Novartis anunciou que já tem em mãos os resultados de pesquisas que comprovam que a hidroxicloroquina mata o vírus. Tanto que a empresa vai doar 130 milhões de doses. O custo médio do medicamento no mundo é de US$ 4,65 por mês.
Ou seja, tudo indica que a solução vai chegar bem antes do que muita gente gostaria. Talvez seja, inclusive, decisiva para reverter o cenário apocalíptico previsto para as próximas semanas e mudar o curso deste rio.
O fato é que, desde o começo, o coronavírus foi usado politicamente. Portanto, para muitos agentes políticos (tanto os que militam em partidos, quanto os que estão no comando de instituições como OMS ou nas redações dos jornais) as notícias acima são, na verdade, um desastre. Pois por trás disso, para os que querem continuar lucrando, e enfatizo o politicamente, com o pânico e o desespero, o pensamento que predomina é: “A cura não pode chegar tão rapidamente assim!”
Mas, se Deus quiser, já chegou.”, texto que vem sendo compartilhado nas redes sociais. (Fonte: Reprodução)

A informação que viralizou é falsa, o FDA não liberou o uso do medicamento para todos os pacientes dos Estados Unidos. O que foi liberado, em 28 de março, é o uso emergencial da hidroxicloroquina, ou seja, uma ordem especial que permite o uso apenas em ambiente hospitalar, mesmo que ainda não exista nenhuma aprovação oficial desse remédio para o tratamento geral da Covid-19.

O CEO da Novartis, Vasant Narasimhan, também não afirmou ter em mãos o resultado de pesquisas que comprovam a eficácia da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento da nova doença. Em entrevista, Narasimhan disse que ainda é muito cedo para dizer se esses medicamentos são de fato efetivos no combate ao coronavírus e que, apesar de em estudos prévios em laboratório a droga se mostrar satisfatória, esse estudo ainda não foi feito em pacientes.

Em relação a doação de medicamentos, essa realmente aconteceu, mas não por existir alguma comprovação de que a hidroxicloroquina é eficaz e segura contra o coronavírus, e sim para que os efeitos do tratamento sejam estudados, ou seja, é uma doação com foco em estudos clínicos.

A cloroquina já causou debate no mundo inteiro em relação a sua efetividade no tratamento para combater o coronavírus e diversos especialistas já confirmaram que ainda não existe nenhum benefício comprovado pela substância nesses casos. Porém, em pronunciamento, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu o uso do medicamento e para o tratamento da doença Covid-19, além de ser contra as recomendações de isolamento social.

No Brasil, apesar de os estudos ainda serem inconclusivos, o ministério da saúde liberou na semana passada (6) o uso de cloroquina e hidroxicloroquina para tratamento de pacientes hospitalizados com coronavírus. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em coletiva de imprensa, afirmou que é de responsabilidade do médico o da droga.

Conteúdo de fact-checking do Pipeify.