Circula pelas redes sociais uma foto que mostra muito dinheiro e é acompanhada por um texto, que afirma que a quantia teria sido apreendida pela Polícia Federal (PF), em uma operação no Rio de Janeiro. Segundo a legenda, o dinheiro foi encontrado durante a prisão de Paulo Peixoto, um suposto assessor do governador do Rio, Wilson Witzel (PSC). O dinheiro desviado, seria originalmente usado para a construção e administração de hospitais de campanha, que tratam pacientes infectados pelo novo coronavírus.
A informação, que foi compartilhada mais de seis mil vezes, é falsa. O dinheiro mostrado na imagem não foi desviado de hospitais de campanha no Rio. A foto, foi publicada pela Polícia Federal e divulgada pela imprensa para noticiar a “Operação Favorito”, em 14 de março.
A operação faz parte de uma fase da Lava Jato que apura o pagamento de propinas a agentes públicos, nos últimos dez anos, por empresas fornecedoras de mão de obra terceirizada no estado, assim conseguindo contratos superfaturados com a administração pública.
A assessoria de comunicação da Polícia Federal informou, em nota, que foram encontrados 1.589 milhões de reais, que são exibidos na imagem, em um imóvel localizado em Valença (RJ). De acordo com a PF, o suspeito que mantinha essa quantia foi preso em flagrante por porte ilegal de arma. Ele afirmou estar no interior do estado para respeitar as medidas de isolamento social.
O mencionado “Paulo Peixoto”, que seria assessor de Witzel, não está entre a lista de investigados pela operação. Entre os principais investigados estão o empresário Mário Peixoto, suspeito de pagar propinas e de liderar o grupo contratado para prestar serviços superfaturados, e o ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) Paulo Melo.
A investigação da Lava Jato também encontrou e-mails que comprovam que os hospitais de campanha também poderiam ser um próximo alvo da organização. As mensagens envolviam R$ 876,4 milhões que foram gastos nas unidades de saúde que serão administrados pela organização social Iabas, que nega ter participação no esquema.
Conteúdo de fact-checking do Pipeify.