Prefeito do Guarujá desmente prisão de surfistas afirmada por Eduardo Bolsonaro

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Na tarde de ontem (25), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), usou sua conta no Twitter para fazer duras críticas ao prefeito do Guarujá (SP), Válter Suman (PSB). Segundo Eduardo Bolsonaro, Suman teria ordenado que a guarda municipal da cidade, localizada no litoral de São Paulo, prendesse surfistas que estavam na região na orla.

 No vídeo compartilhado pelo parlamentar, uma pessoa não identificada narra a situação. É possível ver mais de cinco viaturas da Guarda Civil Metropolitana no local abordando pessoas e uma série de pranchas encostadas. Porém, apesar do que foi dito por Eduardo Bolsonaro, não é possível ver nenhuma pessoa algemada, ou sendo levada pela GCM.

Eduardo Bolsonaro disse ainda que a atitude de Válter Suman é similar à do prefeito de Manaus, que foi chamado de ‘bosta’ por seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), durante a reunião ministerial polêmica que foi divulgada na última sexta-feira. Ele ainda acrescenta que tal atitude é “Uma vergonha para a cidade, conhecida pelo surf e não por bons governantes. Isto vai na contramão da ciência, que defende que o sol estimula a vitamina D e assim previne contra o COVID. Além do mais, dentro d’água não há contato entre os surfistas e o isolamento social é natural”, disse o deputado.

Após as postagens no Twitter começarem a ser compartilhadas, o prefeito Válter Suman publicou uma nota, em sua conta oficial no Facebook, afirmando que nenhum surfista foi preso, mas que houve sim descumprimento da legislação municipal que proíbe o acesso às praias como medida de prevenir aglomerações.

Suman ainda lamentou “o posicionamento e os termos agressivos utilizados nas redes socais pelo deputado Eduardo Bolsonaro, que, mesmo sem conhecer a realidade dos fatos, teceu críticas descabidas à ação da Guarda Civil Municipal (GCM).”

Confira a nota na íntegra:

“RESPOSTA AO DEPUTADO EDUARDO BOLSONARO
A Prefeitura de Guarujá lamenta o posicionamento e os termos agressivos utilizados nas redes socais pelo deputado Eduardo Bolsonaro, que, mesmo sem conhecer a realidade dos fatos, teceu críticas descabidas à ação da Guarda Civil Municipal (GCM).

Diferente do divulgado pelas redes sociais do deputado, nenhum surfista foi preso. Houve, sim, atuação pelo descumprimento à legislação municipal. A GCM atua diariamente no patrulhamento da Cidade, inclusive para fazer cumprir os decretos editados durante a pandemia, com o intuito de proteger a população e evitar aglomerações, o que inclui a interdição temporária das praias.

O diálogo com representantes de diversos setores da sociedade é constante, inclusive com os surfistas. Guarujá tem orgulho de ser uma das cidades preferidas pelos surfistas e sempre teve excelente relacionamento com toda comunidade do surfe. Ocorre que as operações da GCM foram ampliadas nos últimos dias, em virtude do megaferiado prolongado decretado pela Prefeitura de São Paulo e Governo do Estado.

As flexibilizações realizadas até o momento acompanham a dinâmica dos casos de Covid-19 na Cidade e têm respaldo do Ministério Público (MP). Inclusive, são crescentes os investimentos em novos testes, com novas aquisições, que estão chegando a 20 mil unidades, o que ajudará a ampliar nossa capacidade de análise e interpretação do cenário. Também foram feitos investimentos na ampliação de leitos e contratações de funcionários para atender a demanda da Covid-19, inclusive com a montagem de um hospital de campanha, o único em base militar no País.

Por fim, o Município reitera que, por recomendação do MP, sob risco de ser alvo de ação de improbidade administrativa, está impedido de realizar novas flexibilizações relativas à quarentena, tanto no que diz respeito às atividades comerciais quanto ao uso e ocupação das praias. Todas as flexibilizações serão realizadas com base em critérios técnico-científicos-epidemiológicos ! Nossa meta é proteger vidas humanas! Enquanto médico jamais serei responsabilizado por negligência, imperícia, imprudência!

Prefeitura Municipal de Guarujá”.

Conteúdo de fact-checking do Pipeify.