Circula pelas redes sociais um vídeo, no qual uma mulher alcoolizada se envolve em um acidente de trânsito e, ao ser abordada, se recusa a acompanhar os agentes de trânsito e tenta agredi-los. Segundo a legenda que acompanha o vídeo na postagem, a mulher que causa a confusão seria a filósofa Marilena Chauí.
Essa informação é falsa. A mulher que aparece no vídeo, dirigindo embriagada, causando um acidente e resistindo a prisão não é Marilena Chauí e nem tampouco se parece com a filósofa. De acordo com o G1, o fato ocorrei em 18 de agosto de 2019, em Macaé, no Rio de Janeiro. Na época, o responsável pelo caso, delegado Ronaldo Cavalcante, informou que a motorista foi autuada por ameaça, desacato, resistência e embriaguez ao volante.
No vídeo, a motorista se recusa a obedecer aos pedidos dos agentes da Secretaria de Mobilidade Urbana e, após ser retirada do veículo, ainda tenta empurrar os policiais. Em outro, a mulher se enrola ao responder as perguntas feitas, ainda ao volante. Em uma terceira gravação, numa sala, ela grita: “Eu sou a lei do país. Eu sou Lula”—É dessa fala que os criadores do boato se aproveitaram para associar o vídeo com Marilena Chauí, que é uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores (PT) e apoiadora do ex-presidente Lula.
Professora emérita da Universidade de São Paulo, Chauí atuou na política como secretária municipal de Cultura na gestão Luiza Erundina (1989-1992) em São Paulo e ainda é considerada uma das ideólogas do PT. Procurada pelo G1, em março, ela afirmou que desconhecia o boato. “Isso é demais da conta. Não tenho carro, não dirijo há mais de dois anos e nunca fui a Macaé”, disse. “Também não tomo bebidas alcoólicas.”
Segundo a Agência Lupa, a legenda que aparece no vídeo começou a circular no Facebook em fevereiro de 2020, compartilhado por perfis pró-Bolsonaro, mas em um outro vídeo que mostrava Marilena Chauí criticando a classe média brasileira. Já em março, a legenda começou a ser associada com o caso de Macaé, que não tem relação nenhuma com a filósofa. Apesar de falso, e já ter sido desmentido por diversos portais de checagem de notícias, o vídeo continua sendo compartilhado por diversos perfis.
Conteúdo de fact-checking do Pipeify.