Vapor de eucalipto não protege ambientes do coronavírus

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Circula pelas redes sociais uma mensagem que fala sobre a descoberta do poder do eucalipto sobre o coronavírus. Segundo a mensagem, pesquisadores da Universidade de Havana, em Cuba, descobriram que o vapor de eucalipto protege o ambiente da ação do vírus causador da Covid-19.

Segundo a publicação, uma série de testes realizados pelos pesquisadores comprovou que o vírus “não se desenvolve em ambientes onde é utilizado o 1,8 Epoxi-p-Metano”. “Como resultado do calor gerado pelos vapores, eles [os pesquisadores] recomendam ter galhos de eucalipto nos quartos ou vapores com óleo de eucalipto ou galhos para evitar Covid-19”, diz a mensagem.

Todas as informações são falsas. Não há nenhuma comprovação científica de que plantas aromáticas, como o eucalipto, tenham efeito purificador do ar nem que possam matar vírus e bactérias.

Não existe nada que seja capaz de matar o vírus, além do álcool em gel que passamos na mão e do sabão. Algumas substâncias dessas só são capazes de trazer um cheiro agradável, mas não mudam a qualidade do ar e não tratam doenças respiratórias.

Leonardo Weissmann, médico infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, disse ao G1 que a inalação de vapor de eucalipto pode ajudar pessoas com asma ou bronquite por interferir nas mucosas do nariz, mas que não previne infecções.

“Não ajuda a prevenir a infecção pelo novo coronavírus e não é capaz de matar no ar”, diz. Segundo o médico, ele age como um descongestionante fraco e não tem um efeito capaz de melhorar a respiração comprometida.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem uma base de dados que reúne as pesquisas científicas e os testes clínicos realizados no mundo inteiro que tenham relação com a Covid-19. Não há nenhum registro de trabalho que envolva eucalipto, epoxi-p-metano ou mentolatum. O estudo citado não existe.

Tanto a OMS como o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) não recomendam o uso de terapias de inalação de vapores como forma de combater o novo coronavírus. Além de não ter eficácia, há o risco de queimaduras.

Conteúdo de fact-checking do Pipeify.