Circula nas redes sociais um post afirmando que durante a quarentena, a China tenha feito acordos de compra com as grandes empresas multinacionais, Volvo, Pirelli, Thomas Cook e parte da Mercedes-Benz. Segundo a legenda, a pandemia teria sido causada para que a China conseguisse concretizar esses acordos com mais facilidade.
Essa informação é falsa. As empresas mencionadas na postagem que circula nas redes sociais, realmente tiveram parte das ações compradas, ou foram adquiridas, por empresas chinesas, porém as negociações foram feitas antes da pandemia causada pelo novo coronavírus.
Em 2010 a montadora Volvo anunciou, em um comunicado enviado á imprensa, que foi adquirida pela fabricante de carros chinesa, Geely. Na época, a informação foi repercutida em vários veículos de impressa internacionais por se tratar da maior compra de uma montadora de veículos estrangeira na China.
A fabricante de pneus italiana Pirelli teve parte de suas ações adquiridas pela companha estatal ChemChina (China National Chemical Corp), especializada no setor químico, em 2015. Já a operadora britânica de turismo Thomas Cook, foi comprada pelo conglomerado chinês Fosun, por 11 milhões de libras, em novembro de 2019. A empresa, que tinha 178 anos, entrou em colapso em setembro do ano passado e foi comprada pela Fosun, que já era acionista com mais de 18%. Em relação a Mercedes-Benz, em julho de 2019 o grupo automotivo chinês Baic comprou 5% de participação do Grupo Daimler, que é dono da Mercedes, pelo valor de 2,5 bilhões de euros.
Portanto, os negócios de compra das empresas Volvo, Pirelli, Tomas Cook e Mercedes-Benz, realizadas por empresas chinesas, aconteceram antes de início da pandemia causada pelo novo coronavírus, tanto na China, quanto no resto do mundo. Diferentemente do que é apontado nas informações falsa que circulam no Facebook, os chineses não se aproveitaram do momento em que “o mundo está de quarentena” para fazer negociações milionárias.
Conteúdo de fact-checking do Pipeify.