É falso que Alexandre de Moraes ameaçou “tocar fogo no STF” antes de ser ministro

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Circula nas redes sociais um vídeo no qual o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, lê algumas críticas ao trabalho feito pelo Supremo e usa palavras chulas para descrever ministros. Segundo as legendas que acompanham o vídeo, a gravação teria sido feita por Alexandre de Moraes quando ainda atuava como advogado, antes de se tornar ministro, compartilhando suas opiniões a respeito do STF.

“OLHA O CANALHA ANTES DE SER MINISTRO” – Legenda de vídeo publicado no Facebook. (Fonte: Reprodução/Facebook)

A informação que circula nas redes sociais é falsa. Na verdade, o vídeo que viralizou é apenas um trecho, de uma gravação original na qual Alexandre de Moraes lê críticas ao Supremo Tribunal Federal que saíram de comentários publicados em redes sociais. O vídeo foi publicado em 17 de junho de 2020, pela TV Justiça, e faz parte da apresentação feita pelo ministro no plenário que julgava a continuidade do “inquérito das fake news”. Os comentários lidos foram usados para defender a legalidade das investigações.

A versão do vídeo que viralizou nas redes foi editada para dar a entender que Moraes estava apresentando sua opinião pessoal. O trecho selecionado mostra o momento em que o ministro lia um comentário que dizia: “quanto custa atirar à queima roupa nas costas de cada ministro filho da p* do STF que queira acabar com a prisão em segunda instância?”. No vídeo original, após a leitura, Moraes completou com a pergunta “onde está aqui a liberdade de expressão?”.

Além TV Justiça, o vídeo original também foi reproduzido por outros portais de imprensa, como o G1 e o Poder 360, no dia 17 de junho.

Na ocasião em que foi gravado o discurso de Moraes, os ministros julgavam a validade de um pedido do partido Rede de Sustentabilidade para que fosse anulado o inquérito que apura ameaças feitas á Suprema Corte, alegando que deveria caber á polícia ou ao Ministério Público. O momento em que Alexandre de Moraes leu os comentários incitando a violência precedeu seu voto, a favor de continuar as investigações e o “inquérito das fake news” foi declarado legal por 10 votos a um.

Conteúdo de fact-checking do Pipeify.