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É falso que fiscais do Ibama causaram incêndio criminoso em área indígena

Circula nas redes sociais um vídeo mostrando uma equipe do Ibama ateando fogo em uma área à beira de uma rodovia. (Fonte: Reprodução)

Circula nas redes sociais um vídeo mostrando uma equipe do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) ateando fogo em uma área à beira de uma rodovia e, em tom de denúncia, a pessoa que segura a câmera afirma que aquela é uma área indígena e que aquele seria um incêndio criminoso. “Será que é para derrubar o governo Bolsonaro? Eu não duvido de nada. Agora saca só quem está tocando fogo. O Ibama”, diz o homem que segura a câmera.

“Denúncia – ibama botando fogo em área indígena 2020” ­– Legenda do vídeo que circula no Facebook e já foi reproduzido mais de 9 mil vezes. (Fonte: Reprodução)

Essa informação é falsa. A ação realizada pelos funcionários do Ibama funciona, na verdade, para prevenir queimadas. Ao G1, a assessoria de imprensa do Ibama explicou: “A ação realizada no vídeo é uma queima prescrita, prevista no Código Florestal (art. 38 da Lei 12.651/12) e utilizada durante o período chuvoso e no início do período seco (junho e julho) em locais com maior risco de ignição de fogo. Ao realizar as queimas nessa época, de forma controlada, se reduz a quantidade de combustível na seca, diminuindo drasticamente o risco de grandes incêndios florestais”.

Como boa parte dos incêndios florestais começa á beira de estradas, o Ibama ainda explica que a realização de queimas preventivas nesses locais é extremamente necessária.

Em um post no Facebook, o analista ambiental, Wallace Lopes, que atua na área de fiscalização ambiental, também explicou o que acontece no vídeo e ressaltou que a técnica é “mundialmente conhecida”. “O que está sendo feito pelos brigadistas no vídeo é uma técnica mundialmente conhecida chamada Manejo Integrado do Fogo (MIF). Essa técnica pressupõe, basicamente, a execução de queimas controladas no início do período de seca (junho e julho) e em locais com maior risco de ignição”, explicou Wallace.

“O nome daquele instrumento que tá sendo utilizado pelo brigadista chama-se pinga fogo e é exatamente para isso que ele serve. Estas queimas controladas estão legalmente previstas no Código Florestal (Art. 38 da Lei 12.651/12) e são realizadas em locais específicos, após intensa análise dos aspectos econômicos, sociais e ambientais. É uma técnica praticada em quase todos os países que lidam com problema de grandes incêndios como a Austrália, África do Sul, Portugal, Espanha, EUA, etc… Bastava o cidadão que filmou ter parado e perguntado para os brigadistas que eles explicariam (com muito mais propriedade que eu) do que se tratava.”, concluiu Wallace que, em 2019, ocupou o cargo de superintendente substituto do Ibama (interino) no Tocantins.