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É falso que Moro vendeu informações da Polícia Federal para João Doria

Circula nas redes sociais uma publicação afirmando que o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, teria vendido inquéritos da Polícia Federal (PF) para o governador de São Paulo, João Doria. (Fonte: Reprodução)

Circula nas redes sociais uma publicação afirmando que o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, teria vendido inquéritos da Polícia Federal (PF) para o governador de São Paulo, João Doria. Um valor de US$ 23 milhões teria sido pago por empresas de Doria e João Amoedo para o ex-ministro. O texto que circula ainda diz que o caso é investigado por veículos de imprensa internacionais e afirma que o esquema teria sido descoberto pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“MORO ENVOLVIDO ATÉ O PESCOÇO EM FALCATRUA. Talvez, isso explique a razão de Bolsonaro ter declarado a seguinte frase: “Se as pessoas soubessem o que aconteceu no Ministério da Justiça, ficariam enojadas”. Muitos brasileiros ficaram chocados e tristes pela saída de Moro do Ministério. Não deveriam. O que está exposto abaixo é a notícia em primeira mão que está sendo investigada por rádios e jornais de todo o Brasil e alguns estrangeiros, mais especificamente Wall Street Journal of Americas e o Gazzeta delo Sport e deve sair na mídia em breve, assim que as provas forem colhidas e confirmarem os fatos.” ­– Trecho de publicação compartilhada no Instagram. (Fonte: Reprodução)

Essa informação é falsa. O texto, na verdade, é uma adaptação de um e-mail antigo, que viralizou em uma corrente lançada em 1998, a respeito da Copa do Mundo. Na época circulou o e-mail que continha a frase “Se as pessoas soubessem o que aconteceu na Copa do Mundo, ficariam enojadas”, atribuída ao jogador Leonardo, onde afirmava que a seleção brasileira teria recebido dinheiro para perder a final do campeonato para a França.  O texto se tornou um dos mais famosos casos de teoria da conspiração do Brasil e, ate hoje, é adaptado para de forma satírica para ilustrar outras derrotas do país e m Copas do Mundo.

O texto que viralizou sobre Sérgio Moro tem a mesma estrutura do e-mail escrito em 1998, apenas alterando as informações para um contexto em que o ministro teria vendido informações para o governador de São Paulo. Além disso, não existe nenhum registro de que Jair Bolsonaro tenha dito que “se as pessoas soubessem o que aconteceu no Ministério da Justiça, ficariam enojadas”.

O valor de 23 milhões de dólares que teria sido pago a Moro também é o mesmo que aparece no e-mail sobre a Copa do Mundo e, o jornal Gazzetta dello Sport, é um veículo italiano que cobre apenas assuntos relacionado a esporte. Além de outras informações que coincidem nos dois textos, provando que a informação é falsa.

Conteúdo de fact-checking do Pipeify.