Racismo: Noivo de Carol Nakamura expõe seguidor que chamou seu filho adotivo de “favelado”

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Guilherme Leonel, noivo de Carol Nakamura expôs na manhã desta segunda-feira (13), mensagens de um seguidor que o repreendeu por levar o filho Wallace ao estúdio onde fez uma nova tatuagem.

Nas mensagens, o seguidor afirma que não é uma boa influência para o garoto. Questionado por Guilherme, ele responde: “Você termina influenciando ele a tatuar também. Para você, é sua profissão, tudo bem. E se amanhã ele voltar para a casa dele, ele será mais um favelado todo tatuado, que a sociedade irá julgar”.

Guilherme e Carol Nakamura iniciaram o processo de adoção de Wallace no final de 2019, quando também ficaram noivos. O menino de 10 anos vivia no aterro do Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, e estava sob a tutela da avó, com problemas de saúde. Carol conheceu o menino e, a princípio, o ajudou com o estudo, mas depois informou que havia dado início ao processo de adoção junto com Guilherme, mas o processo ainda não foi finalizado.

Nas mensagens divulgadas por Guilherme, o seguidor continua dando a entender que o menino será alvo de preconceito caso queira se tatuar como Gui. “Uma coisa é morar no Recreio, outra na favela… Ele será mais um todo tatuado sem prestígio, será julgado. Por isso não acho legal levar ele para estúdio para ver você se tatuar como se fosse tomar um suco. E não é”.

Na legenda das imagens, Gui escreve que “ler isso em pleno 2020 machuca demais” e que “estou chocado até agora com a mensagem”. E logo em seguida fez uma série de vídeos comentando. “Não vejo nenhum problema. Sempre tive tatuagem, tenho o corpo com diversas tatuagens e isso não me fez melhor e muito menos pior do que ninguém. A tatuagem é uma arte, e marginalizar de tal maneira e ainda chamar meu filho de favelado, com essas acusações, dizendo tudo o que disse. Só para reforçar que a causa é muito mais nobre do que a gente imagina. A gente acha que é distante, mas não, estou passando por isso”, refletiu.

O influenciador continuou sua fala, criticando a postura preconceituosa do seguidor. “Não é a tatuagem que vai dizer o caráter do meu filho, não é onde ele está. É quem ele é. É a educação, o estudo que ele está buscando, é a base. É a pessoa que ele é. Não fala que ele é um favelado, tatuado, sem prestígio. Amigo, busca um tratamento, ajuda uma ONG e vai aprender. Porque você está precisando aprender o que é a vida”.

Pouco depois, Guilherme mostrou que o usuário que fez os comentários havia desativado a conta no Instagram. Ele também postou uma foto do Complexo da Penha. “Está aí o local onde nasci e fui criado. Também vim da favela e isso não me fez menor do que ninguém”.