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É falso que cidade não registrou óbitos pela Covid-19 devido ao uso de cloroquina e azitromicina

Circula nas redes sociais um post afirmando que a cidade de Porto Feliz, localizada no interior paulista, não registrou óbitos por Covid-19. (Fonte: Reprodução)

Circula nas redes sociais um post afirmando que a cidade de Porto Feliz, localizada no interior paulista, não registrou óbitos por Covid-19 devido a um protocolo da prefeitura. O texto diz que o prefeito da cidade, Cássio Habice Prado, adotou “desde o início o protocolo de cloroquina e azitromicina” e, devido a isso, nenhuma morte em decorrência do novo coronavírus teria sido registrada na cidade.

“Ignorado pela grande mídia, o prefeito de Porto Feliz, Cássio Habice Prado, que é médico, adotou desde o início um protocolo de cloroquina e azitromicina. O kit tem custo de R$40. Nenhum óbito.” ­– Trecho do texto que circula nas redes sociais. (Fonte: Reprodução/Facebook)

Essa informação é falsa. Não é verdade que a cidade de Porto Feliz, que possui cerca de 50 mil habitantes, não registrou nenhuma morte por Covid-19. Segundo dados do Ministério da Saúde, foram registradas 10 mortes na cidade. A cidade, de fato, adotou o protocolo mencionado no post que circula nas redes sociais, por decisão do prefeito Antônio Cássio Habice Prado. À CBN a prefeitura informou que os óbitos registrados ocorreram antes que as pessoas pudessem ter sido tratadas conforme o protocolo.

No início de abril foi noticiado que a prefeitura da cidade começou a distribuir, em postos de saúde, kits de remédios, entre eles a hidroxicloroquina e a azitromicina, para pacientes que apresentavam sintomas leves da doença, antes mesmo que o Ministério da Saúde liberasse o uso dos medicamentos pelo SUS.

O município afirma que não houve a distribuição de kits, mas sim, “um protocolo de tratamento precoce prescrito por médicos para pacientes com sintomas iniciais de Covid-19, após realização de exames como função renal e hepática, eletrólitos, hemograma, d-dimero, ferritina, gasometria arterial, DHL, lactato, Proteína c-reativa, tomografia computadorizada de tórax e eletrocardiograma”, informou a prefeitura.

Segundo a prefeitura, os pacientes devem autorizar formalmente o uso dos medicamentos e são diariamente acompanhados por médicos e enfermeiros.

Ainda não existe nenhuma comprovação cientifica de que o uso da cloroquina, ou da azitromicina, seja realmente eficaz para tratar a doença causada pelo novo coronavírus. Dessa forma, mesmo que o número de óbitos na cidade fosse zero, o que é mentira, essa não seria uma evidência absoluta que conferiria o resultado a esses dois medicamentos.

Conteúdo de fact-checking do Pipeify.