Circula nas redes sociais um post afirmando que, devido a decretos “baixados por governadores”, todos os óbitos registrados em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) têm a informação de que a causa da morte foi a Covid-19. O post ainda afirma que as 100 mil mortes, causadas pelo novo coronavírus, são falsas e só foram registradas por causa dos tais decretos.
Essa informação é falsa. O Ministério da Saúde afirma que todos os estados do país seguem os mesmos procedimentos, que foram definidos por uma nota técnica, publicada em maio, com as orientações para registrar óbitos por Covid-19 no SUS. Além de seguirem tais normas, as mortes causadas pelo novo coronavírus só são incluídas quando existe a confirmação de que o paciente estava contaminado pela doença, ou seja, óbitos de pacientes com suspeita não são contabilizados nos números oficiais.
Segundo a nota técnica no Ministério da Saúde, caso o médico suspeite que o paciente estava contaminado pela Covid-19, essa informação deve ser incluída na declaração de óbito. Além disso deve ser coletado o material biológico para realizar um exame. Essas medidas são importantes para evitar subnotificações do úmero de casos da doença.
“Se, no momento do preenchimento da Declaração de Óbito, a causa da morte ainda não estiver confirmada para Covid-19, mas houver suspeição, o médico deverá registrar o termo ‘suspeita de Covid-19’”, diz a nota “Orientações para o preenchimento da Declaração de Óbito no contexto da Covid-19”, por exemplo.
Dessa forma, é falso que unidades de saúde do SUS estejam adulterando atestados de óbito em todo o Brasil para inflarem o número de mortes causadas pelo coronavírus no país. Todos os estados e municípios seguem um protocolo do Ministério da Saúde para que não haja nenhum falso aumento, ou queda, nos dados oficiais.
Conteúdo de fact-checking do Pipeify.