Covid-19: cresce para 44% consumo de alimentos mais saudáveis

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Nesta quarta-feira (26), foi divulgado o resultado das primeiras análises do Estudo NutriNet Brasil, que envolveram 10 mil participantes e mostram aumento generalizado na frequência de consumo de frutas, hortaliças e feijão.

A procura saltou de 40,2% para 44,6% durante a pandemia, já que é um momento que fez várias pessoas mudarem de hábitos. Entre eles, o consumo mais frequente de comida caseira e fresca.

O Estudo NutriNet é executado pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP). Os resultados indicam que a evolução foi acompanhada pelo consumo de alimentos ultraprocessados nas regiões Norte e Nordeste, entre as pessoas de escolaridade mais baixa. Isso mostra uma desigualdade social.

De acordo com o professor Carlos Monteiro, coordenador do NutriNet Brasil, a mudança é positiva no comportamento alimentar e pode ser explicada por alguns fatores. “As novas configurações causadas pela pandemia na rotina das pessoas podem tê-las estimulado a cozinhar mais e a consumir mais refeições dentro de casa. Além disso, uma eventual preocupação em melhorar a alimentação e, consequentemente, as defesas imunológicas do organismo, podem ser consideradas”, explicou.

O consumo de alimentos in natura ou pouco processados fortalece a defesa do organismo, pois a ingestão de comidas ultraprocessadas ajuda o aparecimento de doenças crônicas que aumentam a letalidade da Covid-19.

“Uma das razões pelas quais o consumo de alimentos ultraprocessados piora as defesas do organismo é que eles são pobres em vitaminas e minerais, nutrientes essenciais para a resposta imunológica. Já foi demonstrado, em pesquisa realizada no Brasil, que indivíduos que consomem mais ultraprocessados têm um consumo menor desses nutrientes”, ressaltou a pesquisadora do Estudo NutriNet Brasil, Kamila Gabe.

Para esta análise, o Estudo NutriNet Brasil aplicou o mesmo questionário alimentar em dois momentos diferentes: entre 26 de janeiro e 15 de fevereiro (antes da pandemia) e entre 10 e 19 de maio (durante a pandemia).

No processo, foi questionado o consumo de uma série de alimentos no dia anterior ao preenchimento do formulário. A amostra é representada, em sua maioria, por jovens adultos, de 18 a 39 anos (51,1%), mulheres (78%), residentes da Região Sudeste do Brasil (61%) e com nível de escolaridade superior a 12 anos de estudo (85,1%). As informações são da Agência Brasil.

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