É falso que enfermeira foi à lanchonete vestindo EPI de uso hospitalar

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Circula nas redes sociais a imagem de uma mulher usando um jaleco branco e uma touca na cabeça, aparentemente em um estabelecimento público. Segundo a legenda que acompanha a publicação, a mulher que aparece na foto é enfermeira do Hospital Geral de Guaianases, em São Paulo, e teria ido ao mercado com a mesma roupa que usa para atender pacientes com suspeita de Covid-19.

“DENUNCIA! Essa enfermeira que trabalha no Hospital Geral de Guaianases foi flagrada usando o jaleco que a mesma usa pra atender pacientes com suspeita de COVID 19 em um mercado que fica em frente ao hospital” – Legenda de imagem compartilhada no Facebook. (Fonte: Reprodução)

Essa informação é falsa. A Secretaria de Saúde de São Paulo, responsável pela administração do Hospital Geral de Guaianases, afirma que o jaleco que aparece na imagem não é o mesmo que os profissionais da saúde que atuam no combate à Covid-19 utilizam.

A secretaria afirmou que: “O processo de paramentação inclui a utilização de óculos de proteção ou protetor facial, avental descartável, luvas de procedimento, gorro e máscara cirúrgica, e há uma ala reservada para o tratamento de pacientes com o novo coronavírus [no hospital citado]”, porém não é possível confirmar se a foto tirada no local mencionado.

O Ministério da Saúde publicou um documento, o “Recomendações de proteção aos trabalhadores dos serviços de saúde no atendimento de COVID-19”, onde afirma que o uso dos Equipamentos de Proteção Individual, conhecidos como EPIs, são essencial na lita contra a Covid-19. O documento lista cinco equipamentos como essenciais: gorro, óculos de proteção ou protetor facial, máscara, avental impermeável de mangas compridas e luvas de procedimento.

A recomendação é de, após o atendimento de um paciente com suspeita de Covid-19 ou com o diagnóstico positivo, o profissional da saúde precisa retirar corretamente os equipamentos, descartar e realizar a higiene das mãos. “Os resíduos potencialmente infectados devem ser tratados antes da disposição final ambientalmente adequada”, diz o texto.

Apesar de o jaleco branco que aparece na imagem não ser utilizado no combate contra o coronavírus, em alguns estados a utilização desse equipamento é proibida fora dos hospitais. Em São Paulo, a lei estadual 14.466 proíbe, desde 2011, que profissionais da saúde transitem com esse equipamento nas ruas. Tal medida foi tomada para que evitar que bactérias hospitalares, que podem ficar nas roupas, sejam transportadas para outros ambientes. No Rio de Janeiro, a norma foi aplicada no ano passado e abre uma exceção para profissionais que estejam trabalhando fora de ambientes internos de hospitais.

Conteúdo de fact-checking do Pipeify.