É falso que OMS passou a recomendar o uso de hidroxicloroquina contra o coronavírus

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Circula nas redes sociais um post afirmando que a Organização Mundial da Saúde (OMS) teria mudado seu posicionamento em relação a tratamentos contra o coronavírus. Segundo a publicação, a entidade teria passado a recomendar o uso dos medicamentos hidroxicloroquina e da cloroquina no tratamento da Covid-19. O post ainda afirma que a OMS teria se desculpado pela “controvérsia”.

“OMS pede desculpa pelo erro na controvérsia sobre hidroxicloroquina” – Texto de imagem que circula no Facebook. (Fonte: Reprodução)

Essa informação é falsa. Não é verdade que a Organização Mundial da Saúde (OMS) mudou de posicionamento em relação ao uso de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19. Em seu site a Organização afirma que que não existem evidências cientificas que comprovem a eficácia de ambos os medicamentos contra a doença. Segundo a OMS, a informação que circula nas redes sociais é falsa.

Além de não ter apresentado evidências de eficácia contra a Covid-19, o uso dos medicamentos ainda pode acarretar efeitos colaterais e, por isso, é desaconselhado para o tratamento de pacientes que tenham sido infectados pelo coronavírus. Porém, apesar das recomendações da OMS serem válidas, cada país é soberano para escolher seus protocolos de tratamento.

Em março, a OMS lançou diversas pesquisas padronizadas, sobre o assunto. Conhecidas como Estudo Solidariedade, as pesquisas foram feitas com o intuito de testar medicamentos que pudessem tratar a Covid-19 e encontrar a cura para a doença. Entre as drogas pesquisadas estavam o remdesivir, o lopinavir/ritonavir, cloroquina e hidroxicloroquina.

No dia 25 de maio, após a revista científica The Lancet apontar que o uso da hidroxicloroquina poderia aumentar o risco de morte do paciente, a OMS decidiu pausar temporariamente os ensaios clínicos que testavam o medicamento. Porém, os dados usados pela pesquisa publicada na The Lancet acabaram se mostrando inconclusivos e de origem duvidosa, o que fez com que o artigo fosse removido. Após isso, a OMS retomou os estudos no dia 3 de junho.

Já no dia 6 de julho, a OMS suspendeu definitivamente os estudos com a hidroxicloroquina. Os pesquisadores do Estudo Solidariedade concluíram que o medicamento não apresentou resultados efetivos nos pacientes, em comparação com o grupo de controle. Também foram suspensos os estudos sobre o tratamento com lopinavir/ritonavir.

Conteúdo de fact-checking do Pipeify.