É falso que máscaras de tecido não protegem contra a Covid-19

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Circula nas redes sociais a imagem de uma conversa, em comentários de uma publicação no Facebook, afirmando que o uso de máscaras é uma medida ineficaz contra o coronavírus. Uma mulher questiona se estaria certo estar em ambientes com aglomeração de pessoas e não usar esse tipo de proteção. Em seguida, um homem responde que o tecido das máscaras caseiras protegeria tanto quanto “uma cueca evita o cheiro de gases” e, dessa forma, seria ineficaz o uso para a proteção contra a Covid-19.

“Usar máscara de pano protege você o tanto que uma cueca e uma calça protegem do cheiro de um peido, se partículas de fezes escapam de lá, imagine um Vírus kkkk” – Texto de imagem em post publicado no Facebook. (Fonte: Reprodução)

 

Essa informação é falsa. Estudos já comprovam que todas as máscaras oferecem, mesmo que em níveis diferentes, proteção contra a Covid-19. No caso das máscaras caseiras, quanto mais camadas de tecido forem utilizadas, maior será a proteção, e menor a chance de a pessoa ser infectada. Esse tipo de barreira, apesar de não oferecer o isolamento presente em máscaras cirúrgicas, por exemplo, ajuda a reduzir a propagação do vírus – principalmente se o uso for combinado com outras medidas de proteção, como respeitar uma distância mínima entre pessoas e evitar aglomerações.

Além do número de camadas de tecido, o tipo de material usado e o formato em que a máscara é confeccionada também fazem diferença no desempenho.

Em um estudo feito por pesquisadores da Universidade Atlântica da Flórida, nos Estados Unidos, concluiu-se que as máscaras de algodão com ao menos duas camadas em formato de cone, quando bem ajustadas ao rosto, ajudam a reduzir o alcance de partículas respiratórias. Dessa forma, ao falar, tossir, ou espirrar, as partículas acabam percorrendo uma distância muito menor do que se a pessoa estivesse sem máscara. Dessa forma, ao invés de viajarem 4 metros, acabam percorrendo apenas alguns centímetros. Assim, diminui muito a chance de alguém contaminado possa transmitir o vírus.

Em uma revisão de 172 estudos sobre o tema, a revista científica The Lancet indicou que o uso de máscaras caseiras reduz em 67% o risco de infecção. Sendo assim, como essa proteção não é completa, ainda é necessário que se pratique outros métodos de prevenção de forma combinada – como o distanciamento social, higienização das mãos, e outras medidas.

Conteúdo de fact-checking do Pipeify.