Circula nas redes sociais uma publicação afirmando que Bill Gates teria admitido que suas vacinas contra a Covis-19 poderiam prejudicar, ou até causar a morte, de cerca de 700 mil pessoas. O empresário que também é filantropo e um dos fundadores da Microsoft teria feito tal afirmação em uma entrevista para a emissora norte-americana CNBC. Segundo a publicação, essa estimativa leva em conta uma ocorrência de problema a cada 10 mil imunizações em um cenário em que a população mundial receberia a vacina.
Essa informação é falsa. Em abril e 2020, Bill Gates concedeu uma entrevista à CNBC, onde fez uma estimativa sobre o número de pessoas que poderia sofrer efeitos colaterais com vacinas contra a Covid-19, porém, essa estimativa considerava um cenário em que as vacinas não teriam sido testadas com cuidado antes de serem distribuídas.
Em nenhum momento Bill Gates mencionou que 700 mil pessoas poderiam morrer, ou sequer mencionou a chance de mortes em sua fala. Além disso, o número estimado por Gates foi apenas uma hipótese, caso as vacinas fossem lançadas com problemas.
O fundador da Microsoft também estimou que pode levar cerca de 18 meses até que uma vacina confiável seja produzida e ainda destacou que o uso de tratamentos com medicamentos pode trazer resultados mais rapidamente.
“Nós claramente precisamos de uma vacina que funcione na faixa etária dos idosos, porque eles são os que correm mais risco. [Precisamos] fazer isso de modo que você superdimensione isso, fazendo funcionar em pessoas mais idosas e sem ter efeitos colaterais… se você tiver efeitos colaterais em 1 em 10 mil, isso é muito, 700 mil pessoas vão sofrer isso. Realmente, entender a segurança numa escala gigante e que alcance todas as idades, grávidas, homens, mulheres, desnutridos, pessoas com comorbidades, é muito, muito difícil”, disse Bill Gates. Portanto, a ideia, segundo ele, é que o ideal é diminuir o risco das vacinas o máximo possível e, por essa razão, o processo de criação de vacinas é demorado.
O mesmo boato circulou em outros países ao redor do mundo e foi desmentido por agências de checagem de notícias da Alemanha, Austrália, Espanha, Estados Unidos e Polônia.
Conteúdo de fact-checking do Pipeify.