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Vacina chinesa contra a Covid-19 não provocou três mortes em São Paulo

Circula nas redes sociais uma publicação afirmando que uma mãe enterrou três filhos que teriam sido imunizados pela “vacina chinesa”, contra a Covid-19, em São Paulo. (Fonte: Reprodução)

 

Circula nas redes sociais uma publicação afirmando que uma mãe enterrou três filhos que teriam sido imunizados pela “vacina chinesa”, contra a Covid-19, em São Paulo. O post mostra capturas de tela de uma conversa e afirma que a família teria tomado a vacina porque tinha planos de viajar para o exterior. “Esse fim de semana os 3 passaram muito mal e foram internados às pressas. Hoje de manhã veio a notícia do óbito”, diz o texto da publicação.

“Minha amiga acaba de enterrar 3 filhos após tomarem a vac’na da Ch’na. Confirmado em SP Luto”. – Legenda de imagem publicada em post no Facebook. (Fonte: Reprodução)

Essa informação é falsa. A “vacina chinesa”, da farmacêutica Sinovac, que ainda está em fase de testes em São Paulo, não causou a morte de nenhum dos voluntários. Segundo o Instituto Butantan, que coordena no Brasil a terceira fase dos estudos, o boato que circula nas redes sociais é “irresponsável” e “totalmente inverídico”. Os voluntários que podem participar dos estudos clínicos da vacina são profissionais da saúde que atuam no combate contra a Covid-19, e têm idades entre 18 ou 59 anos. Dessa forma, seria impossível que uma criança, como diz o post que circula nas redes sociais, tenha recebido uma dose do imunizante.

“O Butantan ressalta que todos os voluntários são monitorados pelos 12 centros de pesquisas e até o momento não foi reportado nenhum efeito colateral grave, muito menos óbito. Qualquer estudo sério é interrompido imediatamente assim que identificada qualquer anomalia”, afirmou o Instituto Butantan em nota.

Também não existem registros na imprensa sobre o caso citado na publicação que circula no Facebook. O post acompanha capturas de tela que mostram uma conversa no WhatsApp com uma pessoa que, supostamente, seria da família. Porém, na conversa, em nenhum momento é mencionado que a vacina em questão era a da Covid-19 e também não é mostrada nenhuma data ou identificação das pessoas envolvidas.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, em julho, que os testes da vacina fossem feitos no Brasil. Desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac, o imunizante que ficou popularmente conhecido como CoronaVac já está em sua terceira e última fase de estudos clínicos, que está sendo coordenada pelo Instituto Butantan.

As duas primeiras fases de testes da vacina contaram com 743 voluntários no total, entre 18 e 59 anos, sendo 143 pacientes na primeira etapa e 600, na segunda. Segundo a Sinovac, foi obtido 90% de êxito nos resultados ao induzir a produção de anticorpos neutralizantes nos voluntários.

Conteúdo de fact-checking do Pipeify.