Covid-19: Pandemia muda cobertura jornalística da campanha presidencial dos EUA

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A crise do coronavírus está influenciando a cobertura jornalística da campanha presidencial norte-americana, obrigando as redações locais a mudarem constantemente o acompanhamento de atos políticos.

De acordo com a Associated Press, a campanha eleitoral é atualmente um “processo em mudança”. Por exemplo, muitos repórteres que acompanhavam o Presidente e candidato republicano, Donald Trump, no Nevada, no domingo, ficaram de fora após perceber que o comício iria ser realizado em um espaço fechado.

Durante vários meses, os responsáveis pelas empresas de comunicação social dos Estados Unidos não sabiam a forma como iam cobrir as campanhas do Partido Democrata e do Partido Republicano, mas, ao que tudo indica, os atos públicos começam agora a ser mais frequentes.

Dado os resultados surpreendentes das eleições de 2016, que deram a Presidência a Donald Trump, muitas redações planejaram para a campanha presidencial de 2020 mais contatos com os eleitores, especialmente em “Estados indecisos”. No entanto, as restrições nas deslocações devido às medidas contra a propagação da pandemia estão dificultando o trabalho jornalístico.

Segundo a Associated Press, o jornal New York Times montou uma rede de jornalistas pagos em Estados considerados mais importantes em termos eleitorais. Muitos destes profissionais são jornalistas com experiência e que se encontram desempregados devido à crise que afeta o setor.

“Eu não quero estar na redação em Nova Iorque a fazer suposições sobre os votos nos subúrbios de Milwaukee ou sobre o que pensam as pessoas sobre Donald Trump ou Joe Biden”, disse Patrick Healy, da editoria de Política do jornal New York Times.

Antes da pandemia de covid-19, a Associated Press diz que encorajou os repórteres que acompanham os assuntos relacionados com política nos Estados Unidos a manter-se em contato – por telefone ou correio eletrônico – com os eleitores, tentando manter uma ligação regular.

“Provou-se que esta estratégia não era válida” entre os jornalistas da agência, disse Juile Pace, da delegação da capital norte-americana. Pace diz que uma das melhores formas de abordar os eleitores era falar com as pessoas em “parques de estacionamento”, o que agora é muito difícil.

Muitas redações contrataram equipes de jornalistas que estão integradas nas comitivas dos candidatos presidenciais às eleições de Novembro. Segundo a AP, são jovens repórteres “ambiciosos” e que não se importam de acompanhar durante “longas horas, discursos repetitivos”.