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É falso que brigadistas do ICMBio atearam fogo no Pantanal

Circula nas redes sociais um vídeo que mostra brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). (Fonte: Reprodução)

Circula nas redes sociais um vídeo que mostra brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), supostamente, ateando fogo em uma área de vegetação. Segundo a publicação, os brigadistas estariam incendiando o Pantanal, ao invés de apagar as chamas.

“Quem é para apagar, ateia fogo. Bom dia!” – Legenda do vídeo que circula no Facebook. (Fonte: Reprodução)

Essa informação é falsa. Apesar de as imagens que mostram os brigadistas do ICMBio ateando fogo em uma área de vegetação ser verdadeiro, as informações da narração do vídeo estão fora de contexto. Os brigadistas não estavam simplesmente “ateando fogo”, como diz a narração das imagens. O que aconteceu, na verdade, foi a realização de uma manobra de combate a incêndios florestais, conhecida como queima de expansão ou contrafogo.

A técnica consiste em controladamente aplicar fogo em uma área e assim eliminar o material que possa servir como combustível em caso de incêndios – como galhos secos, folhas e gravetos, por exemplo. Assim, é possível prevenir a propagação das chamas, caso um incêndio aconteça no local.

As imagens do vídeo foram gravadas no dia 13 de setembro de 2020, no município de Cáceres, no Mato Grosso. Na região, estão localizadas três unidades de conservação federais (Estação Ecológica da Serra das Araras, Reserva Particular do Patrimônio Natural Jubran e Estação Ecológica de Taiamã) que estão ameaçadas pelas queimadas que vem atingindo o Pantanal.

Segundo o ICMBio, o vídeo foi produzido e divulgado por um brigadista que, na verdade, fez uma brincadeira ao narrar o vídeo. “Olha aí, os brigadistas, em vez de apagar o fogo ‘está tacando’ fogo. É brincadeira? Olha quem que apaga o fogo no Pantanal? Você viu? Esse é o brigadista, o herói do fogo.”, disse o brigadista que compartilhou as imagens.

O ICMBio ainda afirma que o “controle dessa técnica exige pessoal treinado e experiente, pontos de ancoragem muito bem definidos e condições meteorológicas favoráveis para que o fogo não se alastre e inicie um novo incêndio.”. Dessa forma, o instituto afirma que todas essas condições foram obedecidas e a queima foi considerada um sucesso.

Conteúdo de fact-checking do Pipeify.