Pesquisa de 2005 não comprovou eficácia da cloroquina contra o novo coronavírus

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Tem circulado pelas redes sociais que uma pesquisa publicada na revista científica Virology Journal em 2005 teria descoberto que a cloroquina seria capaz de “curar o coronavírus”. De acordo com a publicação, esta seria a revista oficial do Instituto Nacional de Saúde (NIH, do inglês), órgão governamental de pesquisa dos Estados Unidos.

(Foto: Reprodução)

No entanto, a informação é falsa. O estudo publicado em 2005 na revista científica Virology Journal analisou a eficácia da cloroquina no combate ao vírus SARS-CoV, que causa a SARS (Síndrome Respiratória Aguda Severa, doença que surgiu em 2002), em células in vitro, ou seja, fora do corpo humano. Isso não significa que o remédio seja comprovadamente eficaz contra SARS, e menos ainda contra a Covid-19, que é um vírus novo e diferente.

Pesquisas in vitro são um estágio inicial na avaliação da eficácia de um medicamento. Para comprovar se um remédio é eficaz ou não contra uma determinada doença, também é necessário testá-lo com animais e, posteriormente, com seres humanos. No estudo em questão, os pesquisadores concluem que os resultados “sugerem” que o remédio pode ser eficaz como profilático ou tratamento. Contudo, não foram realizados testes em humanos para confirmar essa hipótese, até porque o vírus não é identificado desde 2003.

Estudos in vitro também foram realizados usando cloroquina e hidroxicloroquina contra o SARS-Cov-2, vírus que causa a Covid-19, e chegaram a conclusões similares. Contudo, nesse caso, pesquisas clínicas também foram realizadas, e mostraram que esse medicamento não é eficiente no tratamento dessa doença.

Testes randomizados e duplo-cegos foram feitos com pacientes hospitalizados com sintomas graves, com sintomas leves e moderados, fora do ambiente hospitalar e como profilático para profissionais de saúde. Todos eles concluíram que a hidroxicloroquina não é um medicamento eficiente no tratamento de Covid-19. O projeto Recovery Trial, da Universidade de Oxford, interrompeu pesquisas clínicas com o remédio por não encontrar nenhum benefício em sua aplicação.

Conteúdo de fact-checking do Pipeify.