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É falso que estudo de Yale comprovou a eficácia da hidroxicloroquina contra Covid-19

Circula nas redes sociais uma publicação que afirma que a hidroxicloroquina teria sido cientificamente comprovada como um medicamento seguro e eficaz contra a Covid-19. (Fonte: Reprodução)

Circula nas redes sociais uma publicação que afirma que a hidroxicloroquina teria sido cientificamente comprovada como um medicamento seguro e eficaz contra a Covid-19. Segundo a publicação, a afirmação foi feita com base em uma pesquisa feita pela Universidade americana Yale.

Essa informação é falsa. Apesar de ser verdadeiro que o médico americano, Harvey Rish, que é professor na Universidade de Yale, publicou um artigo sobre o efeito da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19, o estudo ainda não é uma comprovação definitiva sobre a eficácia e segurança do medicamento. O estudo, na verdade, ainda está em fase de pré-impressão, ou seja, não foi revisado.  Até o momento, a Organização Mundial da Saúde (OMS) mantém a informação de que ainda não existe nenhum medicamento específico que seja comprovadamente eficaz e seguro contra a doença.

O artigo, citado na publicação que circula nas redes sociais, foi divulgado no dia 30 de setembro em uma plataforma online, mas não foi publicado ainda em nenhuma revista científica. O site medRxiv, onde o estudo foi disponibilizado, é usado para o compartilhamento de estudos ainda não revisados nas áreas de ciências médicas, clínicas e de saúde, porém, esses trabalhos ainda não foram certificados e revisados. O próprio site informa que os conteúdos não devem ser usados para orientar práticas clínicas.

Até o momento, nenhum estudo duplo-cego e randomizado comprovou a eficácia do medicamento, hidroxicloroquina, como profilaxia ou tratamento da Covid-19. Por outro lado, um estudo finalizado e publicado na revista Annals of Intern Medicine demonstrou que o medicamento é ineficaz no tratamento de pessoas não hospitalizadas. Outro estudo, publicado per pesquisadores brasileiros, mostrou que a droga não teve efeito no tratamento de casos leves e moderados. E ainda, um terceiro estudo, concluiu que a hidroxicloroquina não funciona como profilático.

Em maio, Harvey Rish publicou um artigo de opinião no qual defendeu que os medicamentos hidroxicloroquina e azitromicina precisam ser amplamente disponibilizadas e prescritas por médicos. A declaração de Harvey foi rebatida por seis outros pesquisadores, que apontaram erros e sugeriram revisão da literatura usada pelo autor. A própria Universidade de Yale, onde Rish trabalha, declarou que defende a opinião de seus pesquisadores, mas admite a ineficácia da hidroxicloroquina.

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