Está circulando nas redes sociais a informação que os testes com as vacinas para a Covid-19 foram cancelados no Brasil após a morte de voluntários que receberam o imunizante.
No entanto, a informação é falsa. Entre os milhares de voluntários que participam dos testes para quatro vacinas no Brasil, um único óbito foi registrado – o do médico do Rio de Janeiro João Pedro Feitosa, de 28 anos. Ele atendia pacientes com a Covid-19, e era voluntário do processo de desenvolvimento da vacina da universidade britânica de Oxford e da farmacêutica AstraZeneca. Um outro imunizante, russo, ainda não passou a aplicar os testes no país.
A morte do médico não resultou em paralisação da pesquisa. Além disso, ele não tomou o imunizante, e sim um placebo, de acordo com informações da TV Globo. O óbito foi no último dia 15, em decorrência da Covid-19, que Feitosa contraiu, provavelmente, tratando doentes.
Oficialmente, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), responsável pelos testes, não informa o que de fato ele tomou, já que o processo é o chamado “duplo-cego”, ou seja, nem quem toma, nem quem aplica a vacina sabe se se trata de vacina ou placebo. “O estudo não parou, seguiu normalmente”, confirma a Unifesp à CBN.
Além deste, existem no Brasil outros quatro imunizantes na chamada fase três (a última etapa de estudos clínicos, que atestam a eficácia e segurança de vacinas em humanos). Dos quatro, só um sofreu suspensão, por uma intercorrência verificada no exterior, e não no Brasil.
Foi o da Johnson&Johnson, em “pausa temporária” há duas semanas, no Brasil e em outros países. Isso aconteceu por conta de uma “doença inexplicada” desenvolvida por um voluntário de fora do Brasil. Mais detalhes não foram divulgados. Em nota à CBN, a empresa afirma que “está preparando a retomada do recrutamento de voluntários nos Estados Unidos”. A nota informa que houve autorização para tal por parte da FDA (Food and Drug Administration, agência reguladora dos EUA).
Conteúdo de fact-checking do PaiPee.