Como acontece todos os anos, com a proximidade da Black Friday, um boato antigo ganha força nas redes sociais. A notícia diz que a Black Friday foi criada em 1904, em referência ao dia em que senhores vendiam seus escravos em liquidação. Por isso, a mensagem sugere um boicote às promoções.
No entanto, a informação é falsa. O primeiro registro do uso do termo nos EUA data de 24 de setembro de 1869, seis anos depois da abolição da escravidão no país. Não há, portanto, nenhuma evidência que sustente a ideia de que a tradição deriva do tráfico de escravos.
Nesta data, dois especuladores, Jay Gould e James Fisk, usaram informações privilegiadas para tomar o mercado de ouro na Bolsa de Nova York. Para reverter a situação, o governo aumentou a oferta de ouro no mercado, fazendo os preços caírem vertiginosamente. Investidores perderam muito dinheiro e o dia do colapso ficou conhecido como Black Friday.
Segundo um jornal local da época, por não gostarem da associação com tráfego e poluição, os lojistas tentaram mudar o termo para”Big Friday”.
Em seguida, conseguiram dar conotação positiva ao termo ao dizer que ele se referia ao momento em que as contas do comércio saíam do vermelho e voltavam “ao preto”. Um dos maiores sites de checagem dos EUA, o Snopes , também aponta essas origens.
Foi somente em 1990, porém, que o termo ganhou repercussão nacional e a data foi adotada pelo comércio como se conhece. No Brasil, a Black Friday ocorre desde 2010. A primeira versão, exclusivamente online, deu lugar a descontos em setores generalizados, até mesmo em instituições financeiras , que oferecem descontos em investimentos e renegociação de dívidas.
Conteúdo de fact-checking do PaiPee.