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É falso texto que acusa TSE de vender eleição de SP para ‘a esquerda’

A composição do imunizante é determinada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o hemisfério sul. (Fonte: Reprodução)

Após a polarização política que tomou as eleições presidenciais de 2018, diversos especialistas apontavam que a situação poderia se repetir nas eleições municipais deste ano, que tiveram o seu primeiro turno no último domingo (15). 

As eleições para eleger um novo prefeito em São Paulo, por exemplo, contaram com candidatos de diversas correntes políticas e com Celso Russomanno (Republicanos) apoiado pelo presidente da república, Jair Bolsonaro (sem partido). As eleições na cidade ganharam um segundo turno, disputado pelo atual prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL). 

Eleições “vendidas” 

Após o resultado das eleições, começou a circular pelas redes sociais o boato de que as eleições na cidade teriam sido vendidas “para a esquerda” pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), contando com a ajuda do governador de São Paulo, João Dória (PSDB) e o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).  

No texto que se tornou um viral em aplicativos de mensagens, a “venda” teria sido negociada por US$ 23 milhões. De acordo com o que é afirmado no boato, o suposto valor teria sido pago pela empresa de tecnologia Diebold e o caso estaria sendo investigado pelos jornais The Wall Street Journal e Gazzeta dello Sport.  

Texto que circulou na web. (Foto: Reprodução/WhatsApp).

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O texto ainda defende o deputado federal Celso Russomanno, afirmando que o candidato teria se recusado a participar da ação. Segundo o texto, o candidato supostamente teria dito que “se as pessoas soubessem o que aconteceu na eleição, ficariam enojadas”.  

Informação falsa 

Entretanto, esta informação é falsa. O texto que circulou pelo WhatsApp de milhares de brasileiros deste o último domingo (15) foi adaptado para este momento, entretanto, ele não é novo e já circula na web há alguns anos. 

O texto sofreu algumas modificações, mas originalmente começou a circular ao ser compartilhado por correntes de e-mail ainda em 1998, logo após a Copa do Mundo da França.  

Texto original. (Foto: Reprodução)

Essencialmente a estrutura do texto é a mesma, tendo como mudanças apenas os pontos factuais, ou seja, os fatos históricos e as pessoas envolvidas. O texto original defende que a Copa daquele ano teria sido vendida por US$ 23 milhões e, em troca desta “venda”, o Brasil teria conquistado o direito de sediar o  campeonato mundial em 2046 e teria a conquista do pentacampeonato facilitada em 2002. 

O texto viralizou nos últimos anos e por muitos profissionais da mídia é considerado uma das primeiras fake news da história. No mundo dos esportes, o texto já é conhecido dos torcedores e também começou a ser usado como uma forma de ironizar uma das derrotas mais impactantes do Brasil nos últimos anos, a famosa derrota de 7 a 1 contra a Alemanha, na copa de 2014. 

O texto ainda foi usado naquele mesmo ano para acusar o PT de ter violado diversas urnas para que Dilma Rousseff vencesse a eleição daquele ano na disputa contra Aécio Neves.  

Com o texto pronto, logo depois das eleições do último domingo o texto sofreu uma nova alteração, acusando o TSE de ter vendido a eleição “para a esquerda”. No texto original a fala que é atribuída ao jogador Leonardo, é mencionada como sendo de Russomano, porém, ela é falsa, já que em nenhum local público – registro de jornais ou falas ditas pelo candidato após as eleições – ele referiu que as pessoas “ficariam enojadas” caso soubessem o que aconteceu nestas eleições. 

O personagem fictício que representava a Nike no texto original foi substituído por representantes da empresa Diebold, e os jornais mencionados na época foram os mesmos: o tradicional jornal Wall Street Journal e a Gazzeta dello Sport, um jornal italiano que não tem como foco tratar de política, e sim de esportes.  

O valor de US$ 23 milhões também continuou sendo o mesmo e nem mesmo foi modificado para real, neste suposto texto que trata de um assunto totalmente brasileiro e não tem qualquer relação com algum outro país. Assim, a informação é falsa. Esse conteúdo já foi verificado pela Lupa. 

Conteúdo de fact-checking do PaiPee.