Circula nas redes sociais um vídeo no qual manifestantes aparecem derrubando uma estação de transmissão de energia. De acordo com a legenda que acompanha as imagens, o fato teria acontecido no Amapá. A legenda do vídeo ainda afirma que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi o responsável pelo ocorrido.
Essa informação é falsa. Não é verdade que militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) destruíram uma estação de transmissão de energia no Amapá. O vídeo, na verdade, foi filmado no 2 de novembro de 2017. Os manifestantes que aparecem nas imagens estão derrubando linhas de transmissão de energia na cidade de Correntina, na Bahia. Segundo reportagens publicadas na época, o grupo era composto por moradores de comunidade ribeirinha do rio Arrojado. Na ocasião, eles apontavam que a irrigação da propriedade era responsável pela seca do rio.
Uma reportagem veiculada na época explica que a propriedade era da empresa Lavoura e Pecuária Igarashi. Segundo o texto, a principal queixa dos ribeirinhos em relação à diminuição do nível da água no leito do rio Arrojado, que passou a atender o sistema de irrigação da fazenda –afetando a lavoura dos pequenos agricultores.
Na época, uma nota de apoio publicada à época por movimentos sociais e estudantis afirmava que o volume de água retirado pela fazenda equivalia a mais de 106 milhões de litros diários – o que seria suficiente para abastecer por dia mais de 6,6 mil cisternas domésticas na região. Segundo a empresa, a ação rendeu um prejuízo de pelo menos R$ 10 milhões, com a destruição de maquinários diversos da fazenda.
No dia 3 de novembro, um apagão acabou deixando 13, dos 16 municípios do Amapá, sem energia. A causa da crise de energia foi um incêndio que comprometeu transformadores de uma subestação da Zona Norte. O apagão causou uma série de problemas, afetando inclusive, o fornecimento de água na região.
Conteúdo de fact-checking do PaiPee.