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É falso que eficácia da Coronavac seja apenas 0,38% superior ao placebo

É falso que a CoronaVac é apenas 0,38% eficaz que o placebo utilizado nos ensaios clínicos da vacina. (Foto: Pixabay)

Muito se questiona sobre a eficácia global de 50,38% da CoronaVac, a vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Sinovac. Circula nas redes sociais milhares de interações entre internautas que afirmam que a eficiência do imunizante seria apenas 0,38% melhor que a do placebo. 

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“Resumindo: a Coronavac tem um resultado 0,38% superior ao do placebo, eu fico com o segundo”, diziam algumas das publicações compartilhadas no início do ano. Nos comentários, muitos internautas concordaram e demonstraram desconfiança diante da vacina aprovada em caráter emergencial no Brasil. 

Mas, segundo especialistas consultados pelo Projeto Comprova, essa informação é falsa e a leitura dos dados está sendo feita de forma equivocada. A eficiência global significa a porcentagem de pessoas vacinadas que estará protegida 100% da Covid-19. Já os outros 49,62% podem vir a contrair a doença, mas tem poucas chances de desenvolverem casos moderados e graves.

A taxa de eficácia global de 50,38% é maior que a recomendada pela OMS e pela Anvisa, que é de pelo menos, 50%. Ela é calculada levando em conta o quanto de efeito ela gera a mais que o placebo, que tem zero de eficácia. Sendo assim, o valor total significa que ela teve 50,38% a mais de efeito do que o placebo aplicado nos pacientes da pesquisa.

Publicações que sugerem que a eficiência da vacina é de apenas 0,38%, circulam nas redes sociais. (Foto: Reprodução)

Afinal, o que é placebo e como ele atua?

O placebo é qualquer substância ou tratamento inerte, que não tem efeito nenhum no organismo e é empregado como se fosse ativo. Ele é aplicado durante os ensaios clínicos para avaliar o comportamento do organismo dos pacientes com a vacina ou sem (que recebem o placebo).

No caso da CoronaVac, por exemplo, o Instituto Butantan divulgou em seu site que o placebo tinha uma série de substâncias, mas não o vírus inativado da Covid-19, que é o utilizado na vacina. Assim, pode-se dizer que o placebo não continha o que era necessário para que o sistema imunológico produzisse anticorpos contra o Coronavírus. 

Mesmo que a substância não seja totalmente inerte, a eficácia do placebo ainda é zero, pois não gera resposta nenhuma no organismo para que ele seja protegido. Logo, a vacina é 50,38% mais eficiente que o placebo, que tem 0% de eficiência. 

Para que as informações divulgadas fossem verdade, seria necessário que o placebo tivesse uma eficácia de 50%, o que não é verídico, de acordo com as explicações anteriores. 

Conteúdo de fact-checking do PaiPee.