É falso que governo do Amazonas tem dívida de R$52 milhões com a White Martins

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É falso que o governo do Amazonas tenha uma dívida de R$52 milhões com a White Martins. (Foto: Reprodução)

Continuam circulando nas redes sociais publicações que afirmam que a falta de oxigênio nos hospitais de Manaus ocorreu por conta de uma dívida de R$52 milhões do governo do Amazonas com a White Martins. A afirmação já havia viralizado em áudio e sido desmentida, dessa vez ela está circulando através de textos no Twitter e Facebook.

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“Na verdade, o que está acontecendo aqui, são mais interesses políticos do que outra coisa. Moro a uns 3km da White Martins e o que não falta é oxigênio. Aqui, o problema é que o governo deve à empresa 52 milhões”, dizem as publicações que viralizaram. No entanto, a empresa fornecedora e o governo do estado negaram que exista uma dívida nesse valor.

Portanto, essa informação é falsa. A White Martins informou as agências AFP e contraiu uma dívida, mas com um valor menor. “Há fornecimentos realizados que totalizam 8,3 milhões de reais e se encontram em aberto junto à secretaria do estado do Amazonas”, afirmou a empresa.

Ela explicou que essa situação será tratada “após este período de crise” e negou que tenha interrompido o fornecimento de oxigênio por conta de dívidas. “De forma alguma a empresa reduziu ou interrompeu o fornecimento de oxigênio para os hospitais públicos de Manaus, em função de débitos da secretaria do estado do Amazonas. Este boato circulou nas redes sociais e não corresponde à realidade dos fatos”, garantiu.

Usuários afirmam que a “culpa” da crise seria da dívida do governo amazonense com a empresa White Martins. (Foto: Reprodução)

O governo amazonense, por sua vez, respondeu por e-mail à pergunta da AFP sobre as alegações das publicações viralizadas com a nota emitida no dia 15 de janeiro, em que o governo estadual nega a dívida com a White Martins. 

“O Governo do Amazonas não está devendo à fornecedora de gás White Martins. Nos anos de 2019 e 2020, foram pagos R$ 29,6 milhões à empresa de gás, que é responsável por 90% do fornecimento de oxigênio para a rede pública de saúde do Estado”, indica o texto.

No auge da crise, a White Martins emitiu uma nota apontando “uma escalada sem precedentes da pandemia de COVID-19 no estado do Amazonas” referindo-se ao desabastecimento de oxigênio em Manaus. “O consumo individual de boa parte dos hospitais do município já é mais do que o dobro da média de consumo dos maiores hospitais do país”, comparou o comunicado.

Desde o meio de janeiro, a cidade vive um período de caos na saúde pública após a explosão de casos na segunda onda de Covid-19 em Manaus. Médicos e profissionais de saúde denunciaram que a falta de oxigênio nas unidades de saúde levou pacientes com o Coronavírus e outras doenças que necessitam de oxigênio à morte.

Conteúdo de fact-checking do PaiPee.