Terras na Amazônia são vendidas por milhões de reais no Facebook

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Essas terras anunciadas ficam em unidades de conversação de territórios indígenas. (Foto: Reprodução/Pexels)

A Amazônia sofre constantemente com a invasão de grileiros e garimpeiros em sua região. Mas foi na última sexta-feira (26) que o canal da BBC News Brasil publicou um documentário revelando que essas pessoas não só invadem e desmatam ilegalmente trechos da floresta, como também anunciam as áreas no Facebook.

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Essas terras anunciadas ficam em unidades de conversação de territórios indígenas. Ou seja, são proibidas de serem vendidas, porém esses invasores não se intimidam na hora de encontrar compradores e  fazer o negócio. E mesmo sem terem nenhum documento que comprove a legalidade dessas vendas, eles as anunciam no ‘MarketPlace’, espaço do Facebook aberto a todos os usuários.

Um levantamento do Instituto Imazon mostra que o desmatamento na Amazônia em 2020 foi o maior dos últimos dez anos. (Foto: Reprodução/Pexels)

Algumas palavras-chave como “floresta”, “selva nativa” e “madeira” são suficientes para encontrar lotes, que são áreas de domínio público separadas exclusivamente para as populações tradicionais, vendidos por valores que chegam à casa dos milhões de reais. Rondônia é um dos Estados com mais anúncios desse tipo no Facebook.

O que estimula a valorização das terras na Amazônia é a expectativa de regularização da ocupação. Ou seja, é comum que essas terras griladas sejam desmatadas ao máximo antes de serem vendidas, porque assim os invasores podem justificá-las como território que não tem mais o propósito original de preservação.

O documentário  ‘Amazônia à venda: o mercado ilegal de áreas protegidas no Facebook’ também informa que o mercado ilegal de terras na Amazônia está aquecido com a perspectiva de que o Congresso anistie invasões recentes e permita que invasores obtenham os títulos das áreas.