Circula em grupos do WhatsApp uma mensagem que afirma que o Brasil terá que entrar em uma “fila de espera” para adquirir vacinas contra a Covid-19. Segundo a publicação, muitos países já estariam “na frente do Brasil” negociando a compra dos imunizantes.
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“Na hipótese do Brasil comprar alguma vacina de eficácia comprovada terá que entrar na fila de espera. Sputinik: 67 países na frente. Pfizer: 115 paises na frente. Moderna: 68 países na frente. Janssen: 55 paises na frente. Não há condições de entregar vacinas para o Brasil em 2021”, afirmava o conteúdo.
No entanto, essas informações são falsas. Não é verdade que exista uma “fila” de países que impeça o país de comprar as vacinas com eficácia comprovada contra a Covid-19. As quatro vacinas citadas no texto, que são: Moderna, Pfizer, Janssen e Sputnik V, estão em processo de negociação com o Ministério da Saúde.
Segundo calendário divulgado pela pasta, elas estão previstas para somar com as vacinas da Oxford/AstraZeneca e a CoronaVac a partir de abril. Procuradas pela Agência Lupa, as assessorias de imprensa da Janssen e da Pfizer negaram a existência de uma “fila” de países na espera.
Na última quarta-feira (03), o Ministério da Saúde confirmou os acordos com as empresas Pfizer e Janssen e anunciou a intenção de compra de 100 milhões de doses da Pfizer e 38 milhões da Janssen (vacina de dose única). Além dos dois novos imunizantes, o governo também oficializou a compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, desenvolvida pelo laboratório indiano Bharat Biotech.
A demora no processo de vacinação contra a Covid-19 no país não é atribuída apenas a pouca ofertas de vacinas comprovadas para compra. Além desse fator, há também a demora de negociações por parte do próprio governo.
Com relação às vacinas Sputnik V, da Rússia, e a da Moderna, o Brasil também estima a compra de grandes quantidades. Para a Sputnik V está prevista a compra de 400 mil doses em abril, 2 milhões em maio e, em junho, 7,6 milhões. Sobre o imunizante da Moderna, o Ministério da Saúde informou que pretende comprar 30 milhões de doses em 2022.
No entanto, elas ainda não estão confirmadas no quadro divulgado pelo governo, pois não foram aprovadas pela Anvisa para uso no país.
Conteúdo de fact-checking do PaiPee.