Nesta segunda-feira (1), em entrevista ao “Roda Viva”, da TV Cultura, Wagner Moura promoveu o longa “Marighella” e acusou Bolsonaro e o Governo de tentativa de censura. “Marighella”, exibido ao redor do mundo em inúmeros festivais, deveria ter estreado no Brasil em 2019, mas entraves do Governo dificultaram lançamento.
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Wagner Moura, diretor de “Marighella”, foi categórico ao ser questionado a respeito de uma possível censura intencional por parte do governo de Bolsonaro, que postergou o lançamento do longa em quase três anos.
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“Não tenho a menor dúvida de que o filme foi censurado. Era uma época na qual [Jair] Bolsonaro falava em filtrar e regular a ‘Ancine’. O Crivella [ex-prefeito do Rio de Janeiro] cancelou HQs de dois personagens homens beijando na boca, os filhos do presidente comemoram”, comentou Wagner.
Andrea Barata Ribeira, produtora da O2 Filmes e uma das principais executivas do longa, concordou com a opinião de Wagner em uma coletiva de imprensa. “Durante 18 anos, a ‘Ancine’ lutava ao lado dos produtores. Há dois, ela foi desmontada, e isso já é uma forma de censura. Tiraram a antiga diretoria e colocaram outra que não ajuda. Não foi possível resolver alguns problemas corriqueiros de produção por censura. Teve censura, sim. A todos os filmes brasileiros, não apenas contra Marighella”, afirmou Andrea.
Wagner Moura ainda acrescentou a respeito dos entraves nas burocracias do lançamento do filme no país: “A gente não pode admitir um governo federal trabalhando para que um filme não aconteça. Até hoje tem gente do governo falando mal, mobilizando sua militância digital para dar nota baixa no IMDb. É uma luta bruta, e isso diz mais sobre o estado das coisas do que sobre o filme. Você não precisa gostar, mas você não pode trabalhar para que o debate cultural seja interditado”.
Filme fala sobre ativista político que lutou contra ditadura
O longa “Marighella” acompanha parte da vida de Carlos Marighella (1911-1969), interpretado por Seu Jorge, um dos principais ativistas políticos da história do Brasil. Carlos Marighella liderou e participou de forma ativa da luta armada contra a Ditadura Militar no país. Além de ativista, Marighella foi político e escritor e considerado o “inimigo número um” do Governo da época.
Conteúdo de fact-checking do PaiPee.
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