O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo iniciou na última quarta-feira, 09, o processo que pode cassar o mandato do Deputado Arthur do Val (Mamãefalei) em razão dos áudios vazados com declarações machistas sobre as ucranianas.
Nesta primeira reunião do colegiado, as 21 representações que foram protocoladas contra o parlamentar paulista foram transformadas em um só processo disciplinar.
A reunião, que foi aberta ao público, teve a presença de grupos femininos e movimentos feministas que pedem a cassação do mandato de Arthur do Val.
Além das declarações
Durante a sua viagem à Ucrânia ao lado de Renan Santos, coordenador do movimento Brasil Livre (MBL), Arthur do Val publicou uma foto nas redes sociais onde apareceu rodeado de garrafas de vidro com a seguinte legenda: “Nunca imaginei que um dia nessa vida ainda faria coquetéis molotov para o exército ucraniano”.
Advogados ouvidos pelo Valor Econômico nesta última quarta-feira, 09, sustentaram que o Deputado Estadual, ao praticar tais atos, violou convenções de direito internacional das quais o Brasil é signatário, a exemplo da Convenção sobre proibições ou restrições ao uso de certas armas convencionais que podem ser consideradas excessivamente prejudiciais ou de efeitos indiscriminados.
O Deputado Estadual Douglas Garcia (Republicanos) postou um vídeo nas redes sociais em que afirma estar articulando para que o Deputado Arthur do Val seja punido tanto pelas palavras indecorosas que proferiu quanto pelo potencial incidente diplomático que poderia ter causado ao produzir coquetéis molotov em uma guerra onde o Brasil declarou neutralidade.
A Deputada Estadual Isa Penna disse também, na última terça-feira, 08, em entrevista ao Programa “Morning Show”, da Jovem Pan, que o colega foi aconselhado por aliados a renunciar ao cargo: “Alguns deputados próximos a ele disseram que estavam em contato para tentar fazer com que ele renunciasse. Hoje de manhã, vi que ele disse que vai lutar até o fim. Não importa o que o deputado Arthur diga. O que ele falou configura crime. Inclusive, quando ele fala que vai voltar em um país pós-guerra para mulheres em situação ainda mais vulnerável – que tiveram seus maridos, filhos, casas e carreiras destruídas – para fazer turismo se****”.
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