O processo criminal em que o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump é réu entrou no segundo dia de apresentação de argumentos e testemunhas, nesta terça-feira (23), com o depoimento de um ex-diretor do tabloide sensacionalista “National Enquirer”.
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Com isso, oex-presidente, candidato à Casa Branca novamente neste ano, é acusado de fraude eleitoral nas eleições de 2016 ao tentar esconder do público os encontros intimos que ele supostamente teve com Stormy Daniels durante a campanha presidencial daquele ano. A defesa de Trump disse que ele não cometeu nenhum crime.
Vale lembrar que esse é o primeiro julgamento criminal em que um ex-presidente dos EUA é réu. Trump é acusado de falsificar registros comerciais para encobrir um pagamento de US$130 mil à estrela pornô Stormy Daniels em 2016 para manter em segredo um encontro sexual que ela afirma ter tido 10 anos antes. Trump se declarou inocente e negou que o encontro tenha ocorrido.
O promotor Matthew Colangelo afirma que houve uma “conspiração planejada, coordenada e de longa duração” para influenciar as eleições de 2016, para ajudar Trump a ser eleito por meio de despesas ilegais para silenciar pessoas que tinham algo ruim a dizer sobre seu comportamento. Foi fraude eleitoral, pura e simples”.
Assim, a primeira testemunha foi justamente um ex-executivo do tabloide sensacionalista “National Enquirer”, David Pecker. O depoimento dele será retomado nesta terça.
No primeiro dia de depoimento, Pecker falou sobre como funciona o negócio: o “National Enquirer” pagava por reportagens com frequência, e ele precisava autorizar todos os pagamentos acima de US$10 mil (R$51.673).
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Dessa forma, os promotores afirmam que em 2016, durante as eleições presidenciais, Pecker participou de um esquema para “pegar e matar” histórias que poderiam prejudicar Donald Trump.
Ou seja: o jornal pagava dinheiro para obter exclusividade sobre pessoas que tinham histórias negativas contra Trump. Essas pessoas assinaram um contrato com a “National Enquirer”. Como a publicação tinha um acordo para proteger Trump, as histórias nunca foram publicadas.
Segundo os promotores, o diretor Pecker se reuniu em 2015 com Trump e o advogado dele da época, Michael Cohen. Nesse encontro ficou estabelecido que o jornalista seria “os olhos e ouvidos” da campanha para descobrir histórias negativas que pudessem prejudicar o candidato eleitoralmente.
“Pecker não estava agindo como um publisher, ele estava agindo como um conspirador”, afirmou o promotor. Apesar dessa fala, o jornalista não foi acusado de nenhum crime.
O esquema veio à tona na imprensa americana em 2018.
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