Samara Felippo desabafa sobre racismo contra filha em escola: “A gente que precisa levantar a voz”

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Samara Felippo desabafou em um vídeo publicado em seu canal no YouTube sobre um episódio de racismo que sua filha sofreu em uma escola particular de São Paulo. No vídeo, a atriz relata que a filha, 14 anos, foi alvo de comentários racistas por parte de colegas e que a escola não tomou as medidas cabíveis para resolver a situação.

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“Eu nunca publiquei vídeo nenhum sobre o caso da minha filha, tampouco fiz sensacionalismo com isso. Eu apenas desabafei inconsolável, indignada, no grupo de pais da escola. Dali vazou e se espalhou. Bom, já não é mais sobre mim, né? A dor está aqui, a dor está na minha filha, mas se tornou um debate inflamado cheio de Juízes da internet, julgadores e detentores da razão. Sejamos sensatos: o debate é público e urgente dentro desse caso que aconteceu com a minha filha, mas acontece todos os dias com milhares de crianças e adolescentes pretos. Existem muitas camadas e muitas perguntas. Como disse para mim Jaque Conceição: racismo é sobre poder, poder político, poder psíquico, poder sexual, poder militar, poder jurídico, poder estatal, poder afirmar a supremacia branca. Por que será que esse caso tomou tamanha proporção? Será que se fosse uma mãe preta, anônima, ela estaria sendo ouvida. Será que estaríamos levantando esse debate tão efetivamente na internet ou seria mais uma mãe preta sendo invisibilizada e revivendo as dores que ela já sofreu através de seus filhos e nada sendo feito?”, iniciou Samara.

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“O problema do racismo é nosso, nós, de gente branca. A gente que precisa levantar a voz e trazer soluções para essa merda que o nosso passado causou em primeiro lugar. A gente precisa reconhecer, saber que todo corpo branco é potencialmente racista, reconhecendo o privilégio. Privilégio é eu estar aqui sendo ouvida, enquanto milhares de mães pretas sofrem todos os dias com seus filhos e são caladas. É um privilégio eu entrar numa loja e não ser perseguida; ou não ter a minha bolsa revistada é um privilégio; eu ter mais oportunidades portas abertas de trabalho de estudo é um privilégio”, completou.

“Nos últimos dias esse acontecimento com a minha filha se tornou uma grande questão na internet: expulsar ou não expulsar? E não é sobre isso. Expulsar, não ensinar, não adianta nada, mas parece que a palavra ‘expulsão’ para classe média branca parece muito violenta muito agressiva. Mudemos para ‘transferência’. Por que tanta dúvida em transferir um aluno racista? Eu sigo querendo entender se o que eu sinto é exagero, é extremismo, é violência. Violência foi o que fizeram com a minha filha. Não dá para chamar o que a gente sente de exagero”, declarou.

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