Em 10 anos, armas de fogo mataram 4 vezes mais negros que brancos, segundo pesquisa

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Entre 2012 e 2022, quase 150 mil homens negros – pretos e pardos – morreram devido a ferimento por arma de fogo. O número é quatro vezes maior que o de homens brancos mortos no mesmo cenário.

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A saber, os dados são do Boletim Saúde da População Negra, projeto do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) e do Instituto Çarê. O estudo foi obtido com exclusividade pela rede Globo, e tem como objetivo subsidiar pesquisas sobre a saúde da população negra.

Assim, o boletim mostra que, de 2012 a 2022, 149,7 mil homens negros morreram por consequência de disparo de arma de fogo em via pública, frente a 38,2 mil homens brancos. A diferença é de quase quatro vezes.

O estudo aponta que as taxas de mortalidade de homens negros são “significativamente mais altas em comparação as de homens brancos” na faixa etária de 18 a 24 anos.

Com isso, a partir dos 45 anos, a discrepância se reduz e há um padrão mais homogêneo quando comparadas as duas categorias.

No período, o ano que registrou mais homicídios de negros nessas circunstâncias foi 2017: 17,6 mil mortes, contra 4,1 mil homens brancos assassinados.

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Em 2017, também ocorreu o pico da média mensal de mortes por agressão – que inclui, além de arma de fogo, ferimento por faca, violência física entre outros.

Na média mensal, as vítimas foram 4 mil negros contra 1,1 mil brancos. No último ano da série, 2022, os números são 2,7 mil registros de negros e 747 de homens brancos.

De acordo com o boletim, a média mensal das internações de homens negros por ferimento de arma de fogo, em 2017, foi de 747, o triplo das ocorrências em 2012. Em 2022, a média caiu para 580, indicando mais de uma internação por dia de homens negros.

Além disso, a pesquisa concluiu que, de 2012 a 2022, 13,6 mil mulheres negras morreram em decorrência de disparo de arma de fogo.

No período, o registro foi de 5,5 mil óbitos de mulheres brancas por essa razão.

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