A grande quantidade de turistas dispostos a gastar e fortalecer o comércio local costumavam ser motivo de orgulho para as cidades, que inclusive se esforçaram para receber mais e mais visitantes.
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Mas, em muitos lugares do mundo, inclusive destinos queridinhos dos brasileiros, o jogo virou. Agora, moradores criam estratégias para espantar turistas, entre elas taxas, limites diários de passeios e até proibição de circular ou tirar fotos em determinados pontos.
Com isso, o fenômeno não tem um nome oficial, mas é chamado informalmente de “turismofobia” ou “over tourism”, por exemplo. Na prática, os termos referem-se à presença exagerada de turistas em um determinado lugar.
Entre os principais problemas com o excesso de turismo, segundo profissionais que estudam o tema, estão:
trânsito em excesso;
muito barulho;
perda da identidade local;
e substituição de comércios locais por grandes empreendimentos.
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A Espanha é um dos exemplos mais clássicos (e antigos).
Isso porque em julho deste ano, moradores protestam com pistolas de água contra turistas em Barcelona sob o lema “Basta! Ponhamos limite ao turismo!”. Por lá, o prefeito Jaume Collboni anunciou planos de proibir aluguel de imóveis de curto prazo a partir de novembro de 2028.
Também na Espanha, outro exemplo é Maiorca. “Muitos turistas têm comprado imóveis na ilha, inflacionando os valores e dificultando a compra pelos moradores locais”, avalia Roitburd.
Já em Veneza, na Itália, o governo passou a cobrar uma taxa diária de 5 euros de turistas. E Amsterdam, na Holanda, proibiu a construção de hoteis como uma tentativa de “manter a cidade habitável para residentes e visitantes”.
E, mais recentemente, ocorreu algo semelhante em um local fora do tradicional círculo europeu: o Japão, considerado um destino longe e caro.